v. 3 n. 1 (2022): jan./jun.

Atâtôt – Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos da UEG é uma publicação acadêmica, de acesso aberto, revisão por pares e publicação anual contínua (variados volumes ao longo do ano) da Universidade Estadual de Goiás. Tem como objetivo abrir espaços interdisciplinares para publicação de artigos, ensaios, resenhas e outros textos acadêmicos sobre o tema geral dos direitos humanos, com foco em temas relacionados à democracia, questões constitucionais e lutas sociais por direitos.
Em sua primeira edição de junho de 2022, a Atâtôt – Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos da UEG apresenta discussões sobre os direitos humanos numa perspectiva crítica, refletindo sobre a maternidade e o trabalho doméstico, as narrativas jornalísticas e a culpabilização das mulheres, os direitos emancipatórios dos afro-brasileiros, os espaços de memória e práticas urbanas, o uso de drogas entre estudantes da Educação de Jovens e Adultos, e os direitos dos povos indígenas.
O primeiro artigo, “Maternidade e trabalho doméstico: quanto vale o cuidado? Análise a partir da teoria feminista do direito”, da Mestre em Direito Agrário Julyana Macedo Rego (UFG), advogada Sabrinna Orlando Fernandes (FACMAIS) e Professora Helga Maria Martins de Paula (UFJ), discute a divisão sexual do trabalho associada à maternidade como um ato de amor para realizar uma análise desse fenômeno sob a teoria do capital invisível investido na maternidade, proposta pela jurista feminista Ana Lúcia Dias.
O segundo artigo, “Quando os casos noticiados são parte do problema: uma análise sobre narrativas jornalísticas e a culpabilização das mulheres vitimizadas em Goiás de 2016 a 2017”, da Doutoranda em Direitos Humanos Rakell Dhamarys Moreira (PPGIDH/UFG), Professora Angelita Pereira de Lima (Reitora da UFG), Professor Carlos Ugo Santander Joo (PPGIDH/UFG), Mestranda em Direitos Humanos Rosely Maria dos Santos (PPGIDH/UFG), e advogada militante Áthara Esther Soares Souza, foca nas narrativas dos jornais diários de Goiânia, O Popular e Diário da Manhã, entre 2016 e 2017, com a culpabilização das vítimas de estupro, estabelecendo, para isso, uma relação entre elas para identificar se há uma naturalização da violência de gênero nas publicações da mídia. Nesse sentido, realiza uma análise de conteúdo entre as narrativas dos dois jornais para observar se os jornalistas reproduzem narrativas que favorecem a manutenção da violência de gênero.
O terceiro artigo, “Os direitos emancipatórios dos afro-brasileiros no Supremo Tribunal Federal, os casos ADPF N. 186/12 e ADI 3239/18”, do Professor Rodrigo Umbelino da Silva (Unicamp e IFSP), apresenta a forma como os direitos emancipatórios são apresentados no Supremo Tribunal Federal por meio de dois estudos de caso contidos na ADPF nº 186/12 e na ADI nº 3239/18.
O quarto artigo, “Espaços de memória e práticas urbanas: narrativa autoritária e arquitetura na experiência de Vilanova Artigas durante a ditadura civil-militar brasileira”, do Professor Victor Hugo de Santana Agapito (PPGDA-UFG), analisa a experiência autoritária brasileira entre as décadas de 1960 e 1980 por meio de seus elementos narrativos e espaciais, com base na experiência e obra do arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985).
O quinto artigo, “Percepções de coordenadores pedagógicos sobre o uso de drogas entre alunos da Educação de Jovens e Adultos em uma escola pública do Distrito Federal”, do Professor Francisco Marcio Junior (UnB e SEE/DF), busca entender as percepções dos coordenadores pedagógicos sobre o uso de drogas entre alunos da Educação de Jovens e Adultos, em uma escola pública do Distrito Federal.
O sexto artigo, “A suspensão de segurança contra os direitos dos povos indígenas no Brasil”, do Professor Breno de Campos Belém (UFPA e Unicamp), realiza uma reflexão sobre a violação dos direitos dos povos indígenas, especificamente por meio do mecanismo jurídico chamado suspensão de segurança, com o objetivo de apontar um dos casos em que essa medida judicial foi tomada até o final da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Por fim, há uma entrevista com Simone Benck sobre a criação da Universidade do Distrito Federal (UnDF), conduzida pelo Professor Fernando Lionel Quiroga (UEG e UNIFESP).
Anápolis/GO, 30 de junho de 2022.