POLÍTICA DE DROGAS NO BRASIL E NA ARGENTINA: do proibicionismo e da redução de danos a uma política pública baseada no Estado de Direito e na inovação científico-acadêmica
Palavras-chave:
Políticas sobre drogas, mercados ilícitos, políticas públicasResumo
Ao longo de sua evolução, as políticas sobre drogas nos países latino-americanos,
como Brasil e Argentina, passaram por diferentes períodos que refletem mudanças
internas e externas. No primeiro período, do início do século XX até a década de
1970, predominou uma abordagem de criminalização total, influenciada pela política
proibicionista dos Estados Unidos e pelo marco regulatório internacional. Um
segundo período, que vai da década de 1980 ao início do século XXI, foi marcado
pela militarização da luta contra as drogas, com a ascensão da “guerra às drogas” e
o fortalecimento das estratégias punitivas, especialmente nos países andinos.
Finalmente, o período mais recente, desde a década de 2000 até ao presente, assistiu
a uma mudança parcial no sentido da redução de danos, embora com abordagens
fragmentadas e pouco institucionalizadas. Neste contexto, defendo neste artigo que
é crucial, necessário e possível avançar numa abordagem baseada numa política
pública abrangente e aplicada, que articule de forma coerente as políticas de drogas
com as políticas sociais e económicas, baseadas no Estado de Direito e na Científica.
inovação acadêmica que supere a dicotomia e a discrepância entre a “guerra às
drogas” e a mera “redução de danos”. Para isso, esta análise baseia-se numa
metodologia qualitativa, que combina análise de conteúdo de documentos e
discursos, com observação direta no Brasil e na Argentina, permitindo um exame
crítico das dinâmicas políticas e sociais subjacentes ao fenômeno das drogas.
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