A LITERATURA AFRO DE CONCEIÇÃO EVARISTO

UMA ABORDAGEM DAS RELAÇÕES RACIAIS E DO PODER SIMBÓLICO

Autores

  • Cesar Augusto de Oliveira CASELLA Universidade Estadual de Goiás (UEG/Campus Cora Coralina)
  • Alexandre ALMEIDA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS/PÓSÁFRICA

Resumo

Este trabalho procura construir uma abordagem efetiva dos contos do livro Olhos d’Água de Conceição Evaristo (2014), no contexto das relações étnico-raciais. Dessa pretensão nasceu a oficina Relações étnico-raciais e literatura afro: uma abordagem dialógica, a qual foi realizada em dois momentos de uma hora e meia cada. No primeiro momento foram trabalhadas questões sobre raça e etnia, bem como sobre o racismo, a política de branqueamento e as políticas afirmativas, tendo como base Racismo e antirracismo no Brasil de Antonio Sérgio Alfredo Guimarães (1999), e refletiu-se sobre a importância de trabalhar em sala de aula temas tais como o racismo, o preconceito e a discriminação, o que é ressaltado em Do silêncio escolar ao silêncio do lar, por Eliane Cavalleiro (2000). Ao final deste momento, seis contos foram entregues aos alunos, retirados de Olhos d’Água, levando a ação para uma roda de conversa sobre os textos, o segundo momento. A roda foi motivada e embasada na importância de se trabalhar a cultura de modo dialógico e profundo, assim, o debate com os alunos teve fundamentação na Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire (1974). Para analisar os contos e refletir sobre a realização da oficina, pensando os campos sociais não apenas como lugares divididos por classes e visando compreendê-los como espaços de relações, utilizamos os conceitos de O poder simbólico, de Pierre Bourdieu (1989; 1996). Para auxiliar nas reflexões, utilizamos as considerações de Rildo Cosson (2006), e Duarte (2010), sobre as questões específicas de literatura. Para fazer dialogar os contos e os dados sobre questões raciais, usamos as considerações de Abdias do Nascimento (1978), Neusa Santos Souza (1983), Nilma Lino Gomes (2003), Jurema Werneck (2010), Lélia Gonzales (1984) e Jessé Souza (2006). Usamos Margarida Petter (2015) e Emílio Bonvini (2009) para pensar as questões de linguística e sobre as línguas africanas. Assim, a reflexão sobre os dados buscou ressaltar a importância do trabalho com os contos de Conceição Evaristo, em uma perspectiva que busque, nos contos de Olhos d’Água, ver e desvelar as estruturas do racismo dentro das relações raciais, bem como pensar seus efeitos e o combate a esses.

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Publicado

2020-02-28

Edição

Seção

DOSSIÊ AFRICANIDADES BRASILEIRAS

Como Citar

A LITERATURA AFRO DE CONCEIÇÃO EVARISTO: UMA ABORDAGEM DAS RELAÇÕES RACIAIS E DO PODER SIMBÓLICO. Revista Temporis[ação] (ISSN 2317-5516), [S. l.], v. 19, n. 2, p. 22, 2020. Disponível em: //www.revista.ueg.br/index.php/temporisacao/article/view/9014.. Acesso em: 2 maio. 2025.