A LIDERANÇA FEMININA SOB O PRISMA DA BOLA DE NEVE CHURCH

CONCEPÇÃO DE MATRIMÔNIO E A ATUAÇÃO DA MULHER

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31668/rta.v23i01.12306

Palavras-chave:

Lideranças femininas, Família, matrimônio, neopentecostais, Bola de Neve

Resumo

O presente trabalho analisa a configuração da liderança feminina e a concepção de matrimônio na Igreja Bola de Neve (BNC) na cidade de Londrina, PR. A pesquisa documental foi realizada junto às publicações disponibilizadas aos fiéis, de forma intencional o livro “A formação de um líder” e o capítulo “O alicerce de um líder - a família”, que serviram como fonte para análise e interpretação, norteada pelas contribuições da Sociologia das Religiões e por estudos sobre o pensamento conservador, com ênfase na atuação das mulheres. Como resultado, verificou-se que a liderança feminina existe dentro da instituição, mas condicionada a fiéis casadas. Esse critério fornece elementos para a compreensão dos valores defendidos pela denominação acerca do matrimônio e das atribuições de responsabilidade exclusivamente feminina: trabalho doméstico, gestão de conflitos familiares, preservação e reprodução dos valores religiosos, aspectos que aproximam o discurso da BNC de máximas valorativas de caráter fundamentalista religioso.

Biografia do Autor

  • Fabio LANZA, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil

    Possui graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Campus da UNESP (Bacharelado-1997 e Licenciatura-2001), mestrado em História pela Faculdade de História Direito e Serviço Social Campus da UNESP de Franca (2001) e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC SP (2006). Atualmente é professor do ensino superior no Departamento de Ciências Sociais, da Graduação, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Mestrado e da Especialização em Religiões e Religiosidades na Universidade Estadual de Londrina - PR (UEL), atuando principalmente nos seguintes temas: Sociologia das Religiões; Ditadura Militar e Religiões; Educação e Ensino Religioso; Extensão e Educação; Trabalho: Cooperativismo e Economia Solidária.

  • Maryana MARCONDES, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil

    Bacharela, licenciada e mestra em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Desenvolve estudos na área das religiões e religiosidades brasileiras, com ênfase no movimento neopentecostal em diálogo com temas como empreendedorismo cristão e conservadorismo religioso. Atualmente, trabalha como pesquisadora de conteúdos educacionais no mercado editorial de materiais didáticos.

  • Franciele RODRIGUES, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil.

    Possui formação em Ciências Sociais (bacharelado e licenciatura) e Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). É mestra em Ciências Sociais pela mesma Universidade. Atualmente, cursa doutorado em Sociologia também pela UEL. É tutora na área de Ciências Humanas e Licenciaturas na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), repórter e editora no Portal Verdade, veículo do Coletivo de Sindicatos de Londrina. Participa dos grupos de pesquisa, ensino e extensão: Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de Sociologia (LENPES); Laboratório de Estudos sobre Religiões e Religiosidades (LERR); Práxis Itinerante: Novas Perspectivas para as Juventudes e Populações Vulneráveis; Entretons: Gênero e Modos de Sujetivação e Decolonialidades na Comunicação (DECO). É uma das criadoras do O que elas pensam? um podcast sobre política produzido a partir de perspectiva de duas mulheres. Tem desenvolvido pesquisas sobre os seguintes temas: relações entre religiões e política no Brasil; conservadorismo religioso e gênero; teorias feministas e pensamento decolonial.

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Publicado

2023-10-04

Edição

Seção

DOSSIÊ SEXUALIDADES NO SAGRADO Parte 2

Como Citar

A LIDERANÇA FEMININA SOB O PRISMA DA BOLA DE NEVE CHURCH: CONCEPÇÃO DE MATRIMÔNIO E A ATUAÇÃO DA MULHER. Revista Temporis[ação] (ISSN 2317-5516), [S. l.], v. 23, n. 01, p. 21, 2023. DOI: 10.31668/rta.v23i01.12306. Disponível em: //www.revista.ueg.br/index.php/temporisacao/article/view/12306.. Acesso em: 2 maio. 2025.