TERRITORIALIDADE KALUNGA: ESCOLA MUNICIPAL JOVINO SEABRA CAMPOS
Palavras-chave:
territorialidade Quilombola, práxis pedagógicas, emancipação, Escola Municipal Jovino Seabra Campos.Resumo
Este escrito tende apresentar o cenário vivenciado pela Escola Municipal Jovino Seabra Campos em Minaçu/GO como uma territorialidade quilombola, mesmo que esteja fora do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga. Para tanto, buscou-se elucidar o contexto da Educação no Brasil a partir do Movimento Negro brasileiro em consonância com a trajetória da Educação Escolar Quilombola. Além disso, abordou-se a organização teórica da categoria territorial através da formação de uma territorialidade. À luz disso teceu-se um diálogo com autores e autoras negros (as), latinos, precursores de conceitos como Educação Escolar Quilombola, novas práxis pedagógicas, território e territorialidade, tendo em vista Florestan Fernandes (1978 – 2017), Cunha (2020), Maldonado-Torres (2007), Gomes (2018), Potyguara, Camargos e Castro (2024), Mignolo (2009), Raffestin (1993), Haesbaert (2009), Aguiar-Nascimento (2023). Na trajetória desta análise, notou-se que a luta estabelecida pelo grupo gestor, através de novas práxis pedagógicas contrapõem a “história única”, pois aproximaram suas práticas do “espaço de vida” dos(as) educandos(as). Diante disso, aqui a educação é vista com caráter afirmativo, e praticá-la de forma humanizada, através das relações étnico-raciais no atual cenário brasileiro é um ato de re-existência representado pelo papel desempenhado pelas professoras Agna Macedo, Airlânia Almeida, Elisvânia Moura e Valéria Carneiro que estimulam a consolidação de uma educação emancipatória, que se distancia da colonialidade do saber e do ser.
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