O OFÍCIO DE RAIZEIRAS E RAIZEIROS DO CERRADO NO QUILOMBO KALUNGA: COHECIMENTO, CUIDADO E MEMÓRIA

Autores

  • Rodrigo Pereira dos Santos Unb
  • Carlos Alexandre Plínio dos Santos Unb
  • Sílvia Guimarães Unb

Palavras-chave:

Saberes ancestrais, raizeiras, Cerrado, Kalunga

Resumo

Resumo: Esta pesquisa tem como proposta o mapeamento do ofício de raizeiras e raizeiros do Vão do Moleque, pretende discutir com esses mestres e mestras acionam a  memória sobre o uso das plantas no território e o conhecimento que eles dominam para fazer os remédios caseiros (garrafadas, emplastros, chás). Neste contexto, visa compreender como esse conhecimento sobre as plantas é tradicional do quilombo Kalunga, na comunidade Vão do Moleque, conta sobre a história do cuidado, do repasse de conhecimento e importância do bioma Cerrado. Nesta região, os curandeiros como são denominados, atuam de forma múltipla somando diversos ofícios como de raizeiros, benzedores, parteiras entre outros. Aqui usamos o termo “raizeiras e raizeiros” por estarmos atuando como pesquisadores no projeto de pesquisa voltado para a patrimonialização do Ofício de Raizeira e Raizeiros do Cerrado junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o uso do termo “raizeira e raizeiro” foi encaminhado pelas raizeiras da Articulação Pacari como categoria-chave e identificadora desse coletivo de pessoas que dominam o conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais do Cerrado. Para este trabalho estamos realizando entrevistas com esses raizeiros e raizeiras no Vão do Moleque e observando a atuação desses e dessas. 

 

Biografia do Autor

  • Rodrigo Pereira dos Santos, Unb

    Concluiu o ensino médio na Escola Estadual Elias Jorge Cheim (ELJC) em 2017 e logo em seguida ingressou na Universidade. Graduado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Durante sua graduação participou do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) e ainda de Iniciação Científica pela Universidade de Brasília (UNB) no projeto Tecnologias do cuidado contexto da saúde popular/ tradicional na região do DF e RIDE (bioma Cerrado).

  • Carlos Alexandre Plínio dos Santos, Unb

    É professor Adjunto do Departamento de Antropologia (DAN) da Universidade de Brasília (UnB). Realizou estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará (2022/2023). Fez estágio Pós-Doutoral (bolsa Capes) no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) DAN, UnB (2012 a 2015). Finalizou estágio Pós-Doutoral Júnior (bolsa CNPq) pelo Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos/InEAC, vinculado a Universidade Federal Fluminense (2011). No PPGAS/DAN/UnB concluiu o Doutorado (2010) e o Mestrado em Antropologia Social (2006). Ainda no DAN/UnB, realizou o Bacharelado em Ciências Sociais, habilitação em Antropologia (1995). Possui também graduação em Geografia (1990), graduação em Estudos Sociais (1989) e especialização em Geografia do Brasil (1990). Integra o Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT/InEAC). É professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/DAN/UnB e do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais. Atua como coordenador e pesquisador do Laboratório MATULA - Sociabilidades, diferenças e desigualdades - DAN/UnB. É um dos lideres do Grupo de Pesquisa do CNPq Sociabilidades, diferenças e desigualdades. É membro do Grupo Cauim: estudos e práticas dialógicas no contexto de povos e territórios tradicionais. É autor dos livros: Quilombos: Memórias e histórias de comunidades quilombolas (Editora Mil Folhas do IEB, 2021); Fiéis descendentes: Redes-irmandades na pós-abolição entre as comunidades negras rurais sul-mato-grossenses (Editora da Universidade de Brasília, 2014); e Negros do Tapuio: Memórias de Quilombolas do Sertão Piauiense, (Editora Appris, 2012). Linha de pesquisa: Campesinato; Parentesco; Memórias, Trajetórias e Biografias; Escravidão e pós-emancipação; Comunidades Negras Rurais e Urbanas - Quilombolas

  • Sílvia Guimarães, Unb

    Doutora em Antropologia, Professora do Departamento de Antropologia/UnB, coordenadora do Laboratório Matula do PPGAS/UnB e do grupo de pesquisa do CNPQ Sociabilidades Diferenças e Desigualdades

Referências

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Publicado

2025-10-06

Edição

Seção

ARTIGO ACADÊMICO

Como Citar

O OFÍCIO DE RAIZEIRAS E RAIZEIROS DO CERRADO NO QUILOMBO KALUNGA: COHECIMENTO, CUIDADO E MEMÓRIA. Revista Temporis[ação] (ISSN 2317-5516), [S. l.], v. 25, n. 02, p. 01–19, 2025. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/temporisacao/article/view/16981. Acesso em: 3 nov. 2025.