PROCESSO CIVILIZADOR NAS MINAS OITOCENTISTAS
DESVELANDO ALGUNS SENTIDOS...
DOI:
https://doi.org/10.31668/rta.v1i7.15096Resumo
Este artigo objetiva analisar a construção das diferenças de gênero na sociedade mineira oitocentista, considerando-se particularmente a conduta "civilizada" e seu respectivo código, veiculados no compêndio de civilidade - Manual do Bom-Tom -, e no ensino dessa disciplina pelos colégios religiosos femininos daquela época. Observa-se que "ser civilizado" encontrava-se generizado porquanto significava pautar o comportamento social - individual e coletivamente - segundo padrões sexualmente diferenciados. Diferenciados, porque as representações de civilizado/civilidade que referenciam tal código constituem matrizes e efeitos de práticas sociais masculinizantes e feminizantes.
Referências
ALENCASTRO, Luiz Felipe de “Vida privada e ordem privada no Império” in NOVAES, Fernando (dir.) História da vida privada no Brasil Império. São Paulo: Cia das Letras. 1997.
ANDRADE, Mariza Guerra de. A porta do céu: educação e exilidade. Colégio Caraça. Belo Horizonte: UFMG/FE, 1991, Dissertação de mestrado. mimeo.
ARIÊS, Philippe. História social da criança e da família. 2 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1981.
BADINTER. Elisabeth. Um amor conquistado. O mito do amor materno. 3' ed.. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
BICALHO, M. O. “O belo sexo. Imprensa e identidade feminina no Rio de Janeiro em fins do século XIX e início do XX”. In COSTA, ª e BRUSCHINI, C (orgs.) Rebeldes e submissas. Estudos sobre a condição feminina. São Paulo: Vertice: Fundação Carlos Chagas. 1989.
CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim. São Paulo: Brasiliense, 1986.
DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São Paulo: Cia das Letras, 1996.
D'INCAO, M. Ângela. “Mulheres e família burguesa" in DEL PRIORE, Mary (org). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997.
ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, v.1, 1990.
EXPILLY, Charles. Mulheres e costumes do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1935.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 1981.
GOBLOT, Edmundo. A barreira e o nível. Retrato da burguesia francesa na passagem do século. Campinas: Papirus. 1989.
LOURO, Guacira Lopes. “Mulheres em sala de aula” in DEL PRIORE, Mary (org.) História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997.
MUNIZ, Diva do C. G. “O império, o piano e o ensino da miserável música” in COSTA, Cléria B. da e MACHADO, Maria S. K. Imaginário e História. Brasília: Paralelo 15; São Paulo: Marco Zero, 1999.
_______. “Mineiras trabalhando em silêncio: subjetividade e experiência no “fazer-se" das professoras no século XIX” in Pro-posições Campinas: Unicamp/FAE. v.9. n.1.1998.
_______. “Do lar para a escola e da escola para o lar. Género e educação em Minas Gerais (1834-1889)". São Paulo: FFLCH/USP, tese de doutoramento, 1997, mimeo.
RAGO, Margareth. “Descobrindo historicamente o género” in Cadernos Pagu. Trajetórias de género, masculinidades... Campinas: Unicamp/NEG,n. 11, 1998.
ROCHA-COUTINHO, M. Lúcia. Tecendo por trás dos panos. A mulher brasileira nas relações familiares. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
ROUSSEAU, Jean Jacques. Emilio ou da educação. São Paulo: Nacional, 1968.
SCOTT, Joan. “Prefácio a Gender and Politics of History” in Cadernos Pagu. Desacordos, desamores e diferenças. Campinas: Unicamp/NEG, n.3, 1994.
SHARPE-VALADARES. Peggy. “Introdução” in FLORESTA, Nisia. Opúsculo humanitário. São Paulo: Cortez; Brasília: INEP, 1985.
SNYDERS, George. “Os séculos XVIL e XVIIT” e, DEBESSE, M. e MIALARET, G. (orgs.) Tratado de ciências pedagógicas. São Paulo: Ed. Nacional, v.2, 1974.
PASSERON, Jean Claude. Pedagogia e poder. In Teoria e Educação. Porto Alegre: Pannonica, v.5, p.2-12, 1992.