LOCKE E ROUSSEAU:
aproximações e divergências quanto ao desenvolvimento da razão
Resumo
Este artigo busca explorar as teorias educacionais de John Locke e Jean-Jacques Rousseau, destacando suas concepções sobre a formação do indivíduo e o papel da educação. O objetivo é examinar como cada filósofo vê o desenvolvimento das capacidades humanas, com foco em suas contribuições para a moralidade, autonomia e o processo de aprender. A metodologia baseia-se na análise textual e interpretativa das principais obras de Locke, como Some Thoughts Concerning Education, e de Rousseau, especialmente Emílio ou Da Educação. O estudo compara suas abordagens quanto ao papel da razão, das emoções e da experiência na educação infantil, bem como suas críticas à educação formal. A hipótese central sugere que, apesar de suas diferenças, ambos os filósofos apontam para uma educação que busca desenvolver um ser humano moral e autônomo, ainda que com métodos distintos: Locke defende o ensino moral e racional desde cedo, enquanto Rousseau prioriza uma educação sensível e natural, respeitando o desenvolvimento espontâneo da criança. Resultados indicam que, para Locke, a educação deve formar indivíduos virtuosos e razoáveis, preparados para a vida em sociedade, ao passo que Rousseau propõe uma formação que privilegia a razão sensitiva e preserva a liberdade interior, visando proteger o indivíduo das corrupções sociais, embora também defenda a formação para a vida virtuosa.