A QUESTÃO AGRÁRIA E AS LUTAS SOCIAIS POPULARES PELO TERRITÓRIO QUILOMBOLA: análise da conjuntura em tempos de golpe

Autores

Resumo

A Constituição de 1988 foi um importante marco para as comunidades quilombolas, em que pese o reconhecimento do Estado acerca da titulação dos territórios quilombolas, expressos no art.68° do ADCT e, mais tarde, do Decreto 4.887 de 2003. Contudo, a realidade vivenciada pelos quilombos continua dramática, tanto pela dificuldade nos processos de titulação do território, quanto das situações de conflitos e violências, resultantes das desigualdades que marcam a questão agrária brasileira. Mesmo diante desta realidade, emergem experiências coletivas de luta pelo território, encaminhada pelo movimento quilombola, denunciando e buscando a efetivação das políticas públicas. Este artigo tem por objetivo analisar os desafios da luta pelo território quilombola e o protagonismo que a organização popular, expressa pelos movimentos sociais populares, exerce na atual conjuntura de golpe parlamentar, jurídico e midiático, em que diversas decisões político-econômicas, que favorecem a classe ruralista, vêm sendo tomadas em detrimento dos direitos sociais e territoriais dos povos e comunidades tradicionais. Como metodologia, identificamos os principais retrocessos que interferem nos direitos das comunidades quilombolas e um referencial teórico que analise criticamente a questão agrária brasileira, denunciando os conflitos, mas trazendo como centralidade o protagonismo e valorização dos movimentos sociais populares. Como indicação nos resultados, uma reflexão acerca dos desafios em curso para todo o conjunto da classe trabalhadora, em que se inserem as comunidades quilombolas.

Biografia do Autor

  • Ramofly Bicalho, UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

    Professor Associado IV na UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Campus Seropédica. Lotado no Departamento de Educação do Campo, Movimentos Sociais e Diversidade. Docente na Licenciatura em Educação do Campo, no PPGEA – Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola e no PPGEduc – Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares. Atua com as seguintes temáticas: Políticas Públicas de Educação do Campo, Movimentos Sociais e Educação Popular.

  • Guilherme Goretti Rodrigues, Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais

    Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares pela UFRRJ– Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Professor de Geografia no Estado de Minas Gerais.

  • Francielle Rego Oliveira Braz, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares pela UFRRJ– Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Campos Belos - Área: Administração. 

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Publicado

2024-12-01

Como Citar

A QUESTÃO AGRÁRIA E AS LUTAS SOCIAIS POPULARES PELO TERRITÓRIO QUILOMBOLA: análise da conjuntura em tempos de golpe. (2024). Revista Plurais - Virtual (e-ISSN 2238-3751), 14(Fluxo Cont), 410-425. //www.revista.ueg.br/index.php/revistapluraisvirtual/article/view/15765