CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO DE TRABALHOS: DOSSIÊ LGBTQIA+ NA DOCÊNCIA

2021-03-16

imagemPNG.pngCHAMADA PARA PUBLICAÇÃO NO DOSSIÊ TEMÁTICO "LGBTQIA+ NA DOCÊNCIA: TRAJETÓRIAS DISSIDENTES E RESISTENTES"

 

Valter Hugo Mãe, em *Modo de amar* diz: “- Quem se vê proibido de amar inventa outra realidade, uma realidade melhor, ainda que seja por fantasia.” A proibição do afeto e do amor está intimamente relacionada com a construção da subjetividade da comunidade LGBTQIA+[1] e, não raro, é reforçada nos espaços escolares. Ao se naturalizar ou normalizar a cis-heterossexualidade, como saudável, possível e justa, as demais orientações sexuais, identidades e expressões de gênero seguem reprimidas, suprimidas e, no limite, eliminadas. Eventualmente, caso não ultrapassemos as fronteiras desta identidade cisgênera heterossexual, aquelas pessoas que resistem a este enquadramento estarão excluídas dos direitos fundamentais, incluindo a própria vida e existência digna.

Diante disso, nos espaços escolares, os corpos dissidentes da heteronormatividade cisgênera sofreram e sofrem violências física, sexual, moral e psicológica. Como transformar uma realidade tão dura e que ignora o direito às diferenças, à diversidade, ao contraditório, ao fluído e à dissidência? Um possível caminho é viabilizar o compartilhamento de suas histórias, de suas trajetórias, de suas (re)existências cotidianas. Como pessoas que atuam na docência, nos sentimos atraídos pela potência da produção do conhecimento no desenvolvimento de um mundo mais justo e acolhedor. Ao mesmo tempo, precisamos buscar estratégias para formar pessoas (sejam estudantes ou docentes) capazes de criar fantasias de bem estar aqui e agora, ao passo que sejam também protagonistas e inventoras de realidades outras. Dentre elas, uma escola mais acolhedora, mais aberta ao outro, à diferença; uma escola mais solidária e que contribua substantivamente com igual cuidado para a formação das pessoas dissidentes. A escola precisa ser um ambiente de formação em que as diferenças sejam acolhidas, respeitadas, valorizadas e creditadas como parte constituinte da diversidade humana.

Nesse sentido, propomos o dossiê *LGBTQIA+ na docência: trajetórias dissidentes e resistentes* para receber submissões de textos que analisem ou testemunhem, em primeira pessoa ou não, as trajetórias da população LGBTQIA+ nos espaços escolares. Se você é LGBTQIA+, ou luta pela causa, milita nos espaços escolares e/ou sociais ou, ainda, apoia iniciativas de formação de lideranças, pesquisas, conscientização e segurança dos LGBTQIA+, precisamos de sua contribuição. Ela é valiosa para nós, assim como deve ser para toda a sociedade!

O prazo para receber as contribuições é 31 de outubro de 2021, para compor o segundo volume de 2022 da revista Temporis[ação], com publicação prevista entre julho e dezembro. Para informações sobre o envio de textos, confira www.temporis.ueg.br 

Organizadores do Dossiê

Luciano Feliciano de Lima – UEG

Denner Dias Barros – Unesp

Letícia Carolina Pereira do Nascimento - UFPI

Geraldo Eustáquio Moreira – UnB

Fabiana Ribeiro Monteiro – UFDPar

Roberta Liana Damasceno Costa – FVJ

Leosmar Aparecido da Silva – UFG

 

[1] A sigla representa a diversidade de orientação sexual e de gênero: L = Lésbicas; G = Gays; B = Bissexuais; T= Transexuais; Q = Queer; I = Intersexo; A = Assexual. O símbolo *+* é utilizado para incluir outros grupos e variações de sexualidade e gênero, como a pansexualidade, por exemplo.