“André louco": violência e brutalidade na representação do bem-estar social

Autores

  • Maria Eugênia Curado UEG - PPG-IELT

Palavras-chave:

Bernardo Élis. Modernidade. Violência. Sociedade

Resumo

Bernardo Élis (1915-1997) é considerado um dos grandes nomes da narrativa brasileira e sua produção está arraigada na situação econômico-social do estado de Goiás do século XX, a essa época, marcada por uma profunda instabilidade política que deu sequência a uma realidade semifeudal resquícios da época da monarquia. Irmanando-se aos precursores da modernidade, corporifica em sua trajetória literária uma estética reveladora de uma profunda descrença no moderno e mostra nos gestos desesperados e na dignidade às avessas de seus personagens uma grandeza primitiva, patológica e sem esperanças. Produziu uma obra de ficção basicamente neorrealista que buscava desmascarar a sociedade em sua alienação. Sua temática, apesar de se pautar no regional, universaliza-se ao se afastar de aspectos pitorescos do homem do campo e abre prerrogativas para análises que não se conformam apenas à realidade que lhe serve de ponto de partida. Um dos problemas a ser apontados nesta investigação será a reafirmação de ideologias nas quais verificaremos a presença necessária do alienado, do subjugado, do refugo humano em uma sociedade cuja mentalidade se fundamenta em enlaçar aquilo que entende como normal e invade o universo das pessoas, roubando-lhes o direito de serem elas mesmas. Para tal, debateremos a representação do personagem “André louco” em obra homônima de Élis em um contexto histórico-social em que a violência, a brutalidade, a desumanização e a covardia impressas no personagem pelos habitantes de uma cidade qualquer, atormentada pela presença necessária do insano, fundamentam a aparente normalidade de uma sociedade sem horizontes.

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Publicado

2017-03-08

Como Citar

“André louco": violência e brutalidade na representação do bem-estar social. (2017). Revista Plurais - Virtual (e-ISSN 2238-3751), 6(2), 334-349. https://www.revista.ueg.br/index.php/revistapluraisvirtual/article/view/5962