A presença da literatura popular em Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro
Palavras-chave:
Oralidade. Literatura Popular. Cordel.Resumo
Neste trabalho, buscamos identificar a presença da literatura oral e do cordel no romance brasileiro Sargento Getúlio (1996), de João Ubaldo Ribeiro. Para tanto, valemos-nos de estudos a respeito da literatura popular, especialmente os de Câmara Cascudo (2005, 2006). A oralidade, associada às manifestações artísticas como os versos, o conto popular e as cantigas, assumiu, por séculos, a tarefa de transmitir as tradições e culturas de um povo, num processo de existência universal, diferenciado apenas em suas particularidades regionais. Com o advento da escrita, as narrativas e a lírica passaram a ter registros que se afastaram de sua origem essencialmente oral. Entretanto, alguns gêneros mantiveram a persistência desse elemento em seu cerne, podendo incluir-se na literatura oral e cordel. Evaristo (2001) enuncia que algumas marcas da linguagem falada no cordel se encontrariam no léxico, na prosódia, na sintaxe. Na obra de Ribeiro, essas marcas não só permeiam todo o texto, como se tornam a própria matéria-prima para a composição da narrativa; nesse sentido, o diálogo com a poesia popular transparece nas narrações hiperbólicas e escatológicas do protagonista Getúlio. Espera-se que esse artigo, ao abordar a estreita relação entre esse romance da modernidade e a literatura popular de origens medievais, possa contribuir para o estudo da literatura enquanto rica matéria artística.Como Citar
A presença da literatura popular em Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro. (2012). Revista Plurais - Virtual (e-ISSN 2238-3751), 1(1), 1-18. //www.revista.ueg.br/index.php/revistapluraisvirtual/article/view/1-18