COMO EVA, MARIA E A SERPENTE:
ALGUMAS PERSONAGENS FEMININAS NO UNIVERSO DE PHILIP PULLMAN
Palavras-chave:
Feminismo, Patriarcado, Religião, Philip Pullman, Fronteiras do UniversoResumo
O presente trabalho tem a intenção de analisar a jornada de três personagens femininas na trilogia de fantasia Fronteiras do Universo (1995-2000), escrita por Philip Pullman, e como elas se relacionam com a misoginia do mundo em que vivem. Como as personagens da trilogia de Pullman estão alocadas em um universo teocrático, analisaremos como essa misoginia intersecciona-se com a religião dominante. Ademais, exploraremos nesse artigo como as personagens estudadas – Lyra, Marisa Coulter e Mary Malone – incorporam e subvertem características de arquétipos da mitologia cristã. Para tal, utilizaremos as proposições das teóricas feministas Simone de Beauvoir e Judith Butler, assim como análises prévias acerca da obra. Um dos motivadores da pesquisa é a raridade de protagonistas femininas em sagas de fantasia, e o tratamento dado a elas por um autor do sexo masculino. As atitudes das personagens em um mundo construído nos fazem refletir sobre a situação das mulheres em nosso mundo, em que a religião também sustenta a misoginia. A partir dos nossos dados, entendemos que a obra de Pullman evidencia o peso da religião como uma ferramenta no auxílio ao patriarcado e, ao colocar suas personagens mulheres subvertendo os arquétipos colocados na mulher pelo cristianismo, mostra a pluralidade da identidade feminina e diferentes possibilidades de resistência.
Referências
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Trad. Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.
BORGES, Lilliân Alves. Nos rastros do sujeito: espacialidades, subjetivação e dessubjetivação em Memórias do Cárcere. Dissertação (Mestrado em Letras). Instituto de Letras e Linguística, Universidade de Uberlândia. Uberlândia, 2017.
BUTLER, Catherine. et al. Philip Pullman: His Dark Materials. Londres: Red Globe Press, 2014.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019.
CAMPBELL, Caitlin Anne. Heroes and heroines: a feminist analysis of female child protagonists in the epic fantasies of George MacDonald, CS Lewis, and Philip Pullman. Dissertação de Mestrado. Canadá, University of British Columbia. 2009. Disponível em: https://open.library.ubc.ca/soa/cIRcle/collections/ubctheses/24/items/1.0067760. Acesso em: 02/03/2024.
HOOKS, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Trad. Bhuvi Libanion. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2020.
MILLARD, Kenneth. Coming of Age in Contemporary American Fiction. Edimburgo: Edinburgh University Press, 2007, p. 15.
PULLMAN, Philip. A bússola de ouro. Trad. Eliana Sabino. Rio de Janeiro: Suma de Letras, 2017a.
PULLMAN, Philip. A faca sútil. Trad. Eliana Sabino. Rio de Janeiro: Suma de Letras, 2017b.
PULLMAN, Philip. A luneta âmbar. Trad. Eliana Sabino. Rio de Janeiro: Suma de Letras, 2017c.
ROBLES, Martha. Mulheres, mitos e deusas: o feminino através dos tempos. Trads. William Lagos e Débora Dutra Vieira. São Paulo: Aleph, 2006.
RUSS, Joanna. “What Can a Heroine Do? Or Why Women Can’t Write”. In: To Write Like a Woman: essays in feminism and science fiction. Indiana University Press, 1995.
SUNDMAN, Fanny. The Portrayal of the Main Female Characters in Philip Pullman’s His Dark Materials Trilogy. Trabalho de conclusão de curso. Centre of Languages and Literature. Suécia, Lund Univeristy. 2013.
TATAR, Maria. The Heroine with 1001 Faces. Liveright Publishing, 2021.
TESE da legítima defesa da honra é inconstitucional. Supremo Tribunal Federal, Brasília, 01 de agosto de 2023. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=511556&ori=1. Acesso em: 23 de janeiro de 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 REVELLI - Revista de Educação, Linguagem e Literatura (ISSN 1984-6576)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade.
Os autores que publicarem neste periódico devem transferir para a revista os copyrights e direitos de publicação do artigo publicado.
IMPORTANTE!
A revista adota licença CC BY 4.0 para divulgação de seus artigos.
Você está livre para:
Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato
Adaptar - remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, mesmo comercialmente.
Esta licença é aceitável para obras culturais gratuitas.
O licenciante não pode revogar essas liberdades desde que você siga os termos da licença.
Sob os seguintes termos:
- Atribuição - Você deve dar crédito apropriado, fornecer um link para a licença e indicar se as alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de forma razoável, mas não de forma alguma que sugira que o licenciante o respalda ou o seu uso.
- Não há restrições adicionais - Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restringem legalmente os outros de fazer qualquer coisa que a licença permita.
Avisos:
Você não precisa cumprir a licença de elementos do material no domínio público ou onde seu uso é permitido por uma exceção ou limitação aplicável.
Não são garantidas garantias. A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos como publicidade, privacidade ou direitos morais podem limitar a forma como você usa o material.