LEITURAS (IM) POSSÍVEIS D’O LIVRO DE PRAGA, DE SÉRGIO SANTA’ANNA
DOI:
https://doi.org/10.51913/revelli.v13i0.12543Resumo
O presente estudo apresenta duas possibilidades de leitura para a obra O livro de Praga (2011), de Sérgio Sant’Anna. Centradas no percurso da personagem Antônio Fernandes pela cidade de Praga, as aventuras sexuais que permeiam toda a narrativa evidenciam, em grande parte, uma relação com a arte, cujas referências surgem como potencializadoras e, também, como pano de fundo para os encontros carnais e as fantasias eróticas que o protagonista vive e descreve minuciosamente. A primeira leitura está relacionada com a observação da subjetividade do protagonista, representada pela cultura patriarcal enraizada e demonstrada por meio de uma figura masculina dominante em suas paixões, transparecendo a naturalização do machismo e da misoginia ainda presentes na sociedade. Além disso, a análise reflete como essa subjetividade marcada pelo patriarcalismo permite uma reconfiguração do Outro, ao mesmo tempo que questiona os papéis sociais impostos a partir das situações narradas. Em um segundo momento, pode-se observar que a obra representa as mulheres tanto como objetos de prazer quanto como sujeitos dotados de desejos: vazias e plenas, simultaneamente, assim como o protagonista que se esvazia em sua misoginia e se reconstrói a partir dessa condição. Com o intuito de discutir essas possibilidades de leitura que se dissociam e se complementam, o trabalho se ampara em estudos de bases não submetidas aos regimentos patriarcais, como os de Judith Butler e Nelly Richard.
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