ENTREVISTA COM ROGER CHARTIER AS REVOLUÇÕES DO LIVRO E DA LEITURA:

DO CÓDICE AO HIPERTEXTO

Autores

  • Roger Chartier

DOI:

https://doi.org/10.51913/revelli.v12i0.10261

Resumo

A publicação desta breve entrevista, realizada há exatamente 10 anos, neste número temático da REVELLI, visa não apenas relembrar as reflexões de um dos mais importantes historiadores europeus da atualidade, Roger Chartier[1], acerca do impacto das novas formas de produção e circulação virtuais dos textos para as práticas de escrita e de leitura. Sua publicação visa também, diante das mudanças velozes e significativas ocorridas desde então, reiterar a importância de se refletir sobre as “contradições que atravessam a cultura escrita atualmente”, relativas à dimensão técnica mas também ética que se impõe ao mundo da escrita hoje. Apesar das dúvidas e desafios evocados nesta entrevista já serem outros em relação aos da atualidade imediata, eles guardam em comum com as de nosso presente atual a importância de uma melhor compreensão do passado, das relações entre as mudanças técnicas e as práticas, das apropriações diversas, da questão ética de uma produção constante, em larga escala, ubíqua e segmentada, baseada e alimentada nos dados que fornecemos dia-a-dia com nossa produção e recepção virtuais de textos.

 

 

[1] Roger Chartier (Lyon, 1945) é professor emérito no Collège de France, junto à cátedra Écrit et cultures dans l’Europe moderne, na EHESS - École des Hautes Études en Sciences Sociales e, na condição de professor visitante, na University of Pennsylvania, nos EUA, e orienta estudos na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS) em Paris. Presidiu o Conselho Científico da Biblioteca Nacional da França. Entre os prêmios recebidos, destaca-se o Annual Award de la American Printing History Association, em 1990, o grande prêmio de História da Academia Francesa (Prêmio Gobert), em 1992. Foi-lhe outorgado o título de Doutor honoris causa na Universidad Carlos III, em Madrid, e o título de Fellow da British Academy, entre outros prêmios e reconhecimentos. É um dos historiadores mais reconhecidos na atualidade. Seu trabalho se concentra na História Cultural da escrita e da leitura. Foi responsável, junto com Henri-Jean Martin, pela organização da obra magna História da Edição Francesa, assim como do terceiro volume de História da Vida Privada, projeto dirigido por Georges Duby e Phillipe Ariès. É autor de uma obra cujo impacto se faz reconhecer pelas numerosas traduções em diversas línguas. Em português já conta com 15 livros traduzidos e vários artigos publicados em livros e revistas, cuja repercussão o traz ao Brasil várias vezes ao ano a convite de pesquisadores de diferentes áreas das Ciências Humanas. Entre os livros publicados no Brasil, destacamos: Práticas da Leitura (1996); A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII (1994); A Aventura do livro: do leitor ao navegador (1998); À Beira da Falésia: a história entre certezas e inquietude (2002); Leitura e Leitores na França do Antigo Regime (2003); Inscrever e Apagar: cultura escrita e literatura (2007); Origens culturais da Revolução Francesa (2008). “O que é um autor”: Revisão de uma genealogia (2012); A mão do autor e a mente do editor (2014); Do palco à página (2017).

 

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Publicado

2020-07-10

Edição

Seção

Dossiê LEITURA: um tema a muitas mãos