Factualidade e ficcionalidade na poesia de Affonso Ávila: uma abordagem semiolinguística

Autores

  • Elisson Ferreira Morato Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Palavras-chave:

Factualidade. Ficcionalidade. Discurso literário. Teoria Semiolinguística.

Resumo

Este trabalho discute a presença da factualidade e ficcionalidade no discurso literário através da análise do poema “pequeno catálogo colonial de nomes, cor de pele e meios de vida”, de Affonso Ávila, a partir da teoria Semiolinguística de Charaudeau (1983, 2004) e das contribuições de Mendes (2004). Segundo Mendes (2004), a ficcionalidade é classificada em três modalidades: constitutiva, colaborativa e predominante. A primeira ocorre fora da esfera do discurso, a segunda em gêneros que mesclam fato e ficção e a terceira é típica no discurso literário. No corpus selecionado, percebemos a porosidade entre o factual e o ficcional. O texto reproduz um documento estatístico de 1804 reorganizado em blocos de versos. Considerando que, para Charaudeau (1983), os efeitos de real e de ficção são inerentes ao ato de linguagem, entendemos que o poeta altera o estatuto do texto original reenunciando-o dentro de outra situação de comunicação, na qual se opera uma ficcionalização. O poema de Affonso Ávila demonstra como ficcionalidade e factualidade trafegam em um via de mão dupla, fazendo com que um determinado gênero de discurso tenha seu estatuto (factual ou ficcional) alterado pelos procedimentos enunciativos do produtor do texto.

Biografia do Autor

  • Elisson Ferreira Morato, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

    Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor de Língua Portuguesa e Literatura.

     

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Edição

Seção

Temática Livre: Estudos Literários

Como Citar

Factualidade e ficcionalidade na poesia de Affonso Ávila: uma abordagem semiolinguística. (2011). Via Litterae (ISSN 2176-6800): Revista De Linguística E Teoria Literária, 3(2), 435-449. //www.revista.ueg.br/index.php/vialitterae/article/view/5368