Narrar ou não narrar. Caio Fernando Abreu: o sujeito e o não-dito do discurso da AIDS em Onde andará Dulce Veiga?
Palavras-chave:
Caio Fernando Abreu. Literatura Brasileira. Discurso. Aids.Resumo
Neste artigo discutiremos o romance Onde andará Dulce Veiga? (1990), de Caio Fernando Abreu, focando-nos na questão do discurso da AIDS e seus não-ditos, bem como na questão do sujeito. Considerando o contexto social e histórico em torno da AIDS nos anos 1980, período em que se passa o enredo do romance, esta análise se pauta no questionamento de como a doença é construída ao longo da obra. Em Onde andará Dulce Veiga?, nos deparamos com um narrador sem nome que se lança à procura de Dulce Veiga, cantora que fez relativo sucesso numa época anterior ao momento em que o narrador conta sua história e que desaparecera misteriosamente. O período do sucesso da cantora e a própria figura de Dulce Veiga são identificados com a Era do Rádio e com seu glamour. Em meio à busca pela cantora o narrador se vê envolvido num enredo no qual a AIDS se significa na forma de um não-dito. A doença se apresenta, de forma velada, em meio aos sentidos de destruição perceptíveis pelos elementos espaço-temporais presentes na narrativa e em meio aos efeitos da decadência que a narrativa sugere.
Downloads
Edição
Seção
Licença
Ao enviar o material para publicação, o(s) autor(es) está(ão) automaticamente cedendo seus direitos autorais para a Via Litterae, que terá exclusividade para publicá-los em primeira mão. O autor continuará a deter os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo trabalho. Além disso, a submissão de artigos à Via Litterae constitui plena aceitação das normas aqui publicadas. Os conteúdos e as opiniões expressas nos textos são de inteira responsabilidade de seus autores.