O desmoronamento do tempo: as dobras da memória em Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto
Resumo
Para reconhecer-se é pressuposto desconhecer-se. Esse é o longo caminho percorrido pelo protagonista Mariano, de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto. A partir do estudo do referido romance, o presente artigo consiste na investigação das formas de construção da memória, que perpassa a experiência no trajeto conflitante entre tempo, personagem e mundo, concretizando-se como um discurso da diáspora que compõe a condição humana. A figura ficcional é focalizada, aqui, como fenômeno que, condicionado pela temporalização inerente ao processo de configuração narrativa, problematiza a natureza constitutiva do sujeito, possibilitando ao leitor a formulação de imagens do homem no percurso de ser-no-mundo. A dinâmica narrativa operada na construção da memória possibilita o acesso a uma realidade própria de ser mais distante das petrificações ou invenções unitárias da razão.
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