A PALAVRA CALA:
reflexões sobre narrativa e psicanálise na era do hiperestímulo
Palavras-chave:
Narrativa digital; Psicanálise; Silêncio.Resumo
Este artigo, em tom ensaístico, empenha-se em debater a falta de espaço para o silêncio e para as narrativas com desfecho na cultura contemporânea. Para tanto, analisa-se o feed das plataformas digitais como o “letreiro da contemporaneidade”: com seus posts interminavelmente atualizáveis, com sua promessa de infinito, o feed é um mecanismo discursivo excessivamente falante. Não por acaso – como se constata neste artigo – os homens e as mulheres contemporâneos, que veem na atualização eterna um modelo de leitura, são os mesmos que parecem ter certo horror à ideia do término/finitude. Estas duas considerações – vivemos em um tempo que pouco valoriza o silêncio e o desfecho – foram aqui escritas de maneira a provocar certo estranhamento. Diante delas, pergunta-se: quais lugares são os espaços de trégua à tagarelice da contemporaneidade? Entre alguns deles, elegeu-se a psicanálise, o divã, como lugar possível para a mudez da palavra. Assim, a partir de um relato clínico com uma paciente, resgatou-se um espaço no qual, mesmo hoje, ainda é possível significar a partir da quietude.
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