GOIÂNIA, METRÓPOLE DO SONHO DE PEDRA
O silenciamento do imaginário feminino no romance Chão Vermelho de Eli Brasiliense
DOI:
https://doi.org/10.31668/revsap.v13i1.14393Resumo
Aceitamos correr o risco de pesquisar o imaginário feminino a partir das(os) protagonistas de Eli Brasiliense; escritor goiano de Chão Vermelho (1956), obra literária que narra a história de Goiânia sendo construída na década de 1950. Para discorrer sobre o imaginário feminino, buscamos aporte teórico-metodológico na teoria-crítica de Walter Benjamin (1989). O autor descreve que o imaginário é criação incessante, está na consciência e se constitui como representação da memória. Portanto, o imaginário popular estabelece uma relação da planta arquitetônica de Goiânia à imagem ou manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Esta imagem de Nossa Senhora representa o arquétipo do imaginário feminino que estamos pesquisando, reprodução, portanto da Mãe-Santa ou Cidade-Mãe que protege seus filhos e que amenizaria os pecados dos filhos embrutecidos pelo sonho não alcançado na cidade. No percurso urbano do romance, verificamos que Eli Brasiliense incorporou nas protagonistas o imaginário do matricídio quando narra a perda da inocência, o sexo fácil, o suicídio e a pobreza urbana, a morte da essência humana. Observamos, que na maioria das vezes, quando o sujeito troca o rural pelo urbano, ele perde a inocência da vida no campo, e passa a viver a indiferença, o anonimato, os vícios, o sexo fácil, a disseminação da violência, a ruptura de raízes, o empobrecimento do vínculo identitário, terreno para perda de sentido humano. Essas perdas (da inocência e do sonho) resultam na perda da razão, que recria a imagem da cidade como “selva de pedra” em detrimento da cidade polifônica e do sonho.
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