A INDISCIPLINADA LEVEZA DE SER
É POSSÍVEL FALAR DE DEFICIÊNCIA PR’ALÉM DA NORMATIVIDADE?
Resumo
Durante séculos, pessoas com deficiência estiveram expostas a olhares de normatividade e a signos linguísticos que, em maior ou menor grau, demarcaram de forma disciplinar suas trajetórias de vida em diferentes contextos históricos sociais. Ao longo do tempo, modelos explicativos apoiam-se em paradigmas que variam e contribuem para que pessoas com deficiência sejam enquadradas a partir de conceitos, de estruturas disciplinares e olhares especializados que reduzem os sujeitos à condição objetal. Constituído a partir da revisão narrativa da literatura, esse ensaio apoia-se em perspectivas interdisciplinares sobre a deficiência, com o intuito de incorporar as contribuições destes sujeitos que historicamente têm sido invisibilizados em virtude dessas peculiaridades dos modelos explicativos. Ao defender seu status como sujeitos de direitos sanitários, nos opomos ao modelo estigmatizante e discricionário do saber-poder representado pela racionalidade médica. O esforço de superar a normatividade das ciências é uma tarefa necessária principalmente quando partimos das narrativas de pessoas como textos, sujeitos históricos em suas lutas e trajetórias de emancipação crítica, reafirmando a ontologia do ser social. As vozes destes sujeitos de direitos representam uma forma de fazer frente aos enquadramentos disciplinadores, construindo rotas que expliquem sua inserção no mundo com a leveza indisciplinada de ser. Conclui que a exterioridade que marca o desenvolvimento dos estudos sobre a deficiência obstaculiza a incorporação das experiências intersubjetivas limitando o entendimento sobre o assunto e negando às pessoas com deficiência sua condição de sujeitos de direitos sanitários.
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