A VIAGEM E A QUEDA DE SANTORINI
TRABALHO EXAUSTIVO EM NAVIOS DE CRUZEIRO
DOI:
https://doi.org/10.31668/revsap.v13i1.15189Resumo
Ao passo que o fenômeno turístico ganha em importância para a reestruturação produtiva do capitalismo contemporâneo, seus rebatimentos na saúde do/a trabalhador/a cresce assustadoramente. Entre outras, nota-se uma defasagem nas elaborações que aproximem turismo e saúde, notadamente na perspectiva da determinação social da saúde. Por isso, abordamos o caso de uma trabalhadora, ex-tripulante, que chamamos de “Santorini” para preservar seu anonimato, cujas condições exaustivas e degradantes de trabalho em navios de cruzeiro resultaram na deterioração de sua saúde (física e mental), bem como em inúmeras implicações deletérias à sua vida. Examinamos, pois, o caráter degradante à saúde das condições de trabalho em navios de cruzeiros, a partir da análise das jornadas exaustivas de trabalho desta ex-tripulante. Assim, apresentamos, analisamos e debatemos esse caso concreto de adoecimento decorrente de condições precárias e exaustivas de trabalho em um navio de cruzeiro, enquanto expressão singular da dinâmica de trabalho em tais instituições - e, em extensão, do modo de produção capitalista em seu estágio corrente, nos marcos de sua reestruturação produtiva, marcada fundamentalmente pela acumulação flexível. O caso de Santorini choca pela desumanização desse momento histórico, no qual, empresas subsumem seres humanos aos imperativos da reestruturação produtiva que permitem seguir com a reprodução ampliada do capital, mesmo com a escalada do número de adoecimentos e mortes relacionadas ao trabalho em âmbito mundial.
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