A biblioteca como iniciação:

Intertextualidade em Com meus Olhos de Cão, de Hilda Hilst

Autores

  • Suelen Ariane Campiolo Trevizan Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

DOI:

https://doi.org/10.31668/revsap.v13i2.14927

Resumo

Um traço característico da ficção de Hilda Hilst é a intertextualidade, o que torna a biblioteca da autora não só uma ferramenta de pesquisa produtiva, mas parte essencial de sua obra. Essa relação será analisada no caso específico de Com meus olhos de cão (1986), sem perder de vista tendências da prosa completa. A partir da listagem de referências citadas nessa novela, percorrem-se diversos campos do conhecimento, como matemática, psicologia e teologia, além da própria literatura, abrindo-se possibilidades interpretativas. Propõem-se também diálogos com autores menos explícitos no texto, como Franz Kafka, Fiódor Dostoiévski e Robert Musil. A pesquisa no arquivo da escritora fundamenta e expande essa rede erudita, graças ao estudo da composição desse acervo e de sua marginália. Mais do que um roteiro explicativo da novela, a biblioteca se apresenta como um caminho iniciático para a experiência vertiginosa que é ler a ficção hilstiana.

Biografia do Autor

  • Suelen Ariane Campiolo Trevizan, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

    Professora Colaboradora do Departamento de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa (DEEL-UEPG) e Doutora em Letras: Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais. Este artigo compõe, em partes, o capítulo 1 da tese intitulada Genealogia do fora: o lugar da ficção de Hilda Hilst e Juliano Garcia Pessanha, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFMG com financiamento da Capes.

Publicado

2024-04-21

Edição

Seção

Estudos Hilstianos - novos diálogos