CARREGADEIRAS DE ÁGUA: GÊNERO, PATRIMÔNIO E TRAJETÓRIAS NO TEMPO
DOI:
https://doi.org/10.32411/revistanos-2448-1793-v3n2-8160Resumo
Goiás e seu passado – como diferentes cidades e seus passados – nos convida
constantemente para o diálogo. Na verdade são as personagens da cidade que vez ou outra
rompem com o regime de história estabelecido e criam novos sentidos para o tempo, novos
passados para a cidade. Estes personagens, ou melhor, as carregadeiras de água que exigem
passagem pelo rol da história goiana e por seu patrimônio têm aparecido constantemente na
literatura local, figurado em exposições museológicas organizadas pelo Museu das Bandeiras,
ilustrado caricaturas e armações efêmeras, utilizadas pela Secretária de Cultura da Cidade de
Goiás e abrilhantado o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA, 2015), através
do filme curta metragem de Lázaro Ribeiro, cineasta e morador de Goiás. Estas personagens tem
constantemente colocado em cheque a ordem simbólica da dominação masculina imposta por
instituições de poder – leis, estado, igreja e família – e oportunizado provocações acerca de
categorias que parecem ignorá-las como contribuintes/construtoras da comunidade humana no
tempo e no espaço.
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