“Tantas e tão duplicadas mercês”: a administração dos bens jesuíticos na Capitania do Maranhão (1720-1770)
“So many and such duplicated favors”: the administration of Jesuit assets in the Captaincy of Maranhão (1720-1770)
Resumo
A presente pesquisa se propõe a analisar os bens confiscados da Companhia de Jesus a partir do inventário e auto de sequestro no momento da expulsão da ordem, numa tentativa de contribuir para o conhecimento sobre as estruturas agrárias construídas pelos jesuítas no antigo Estado do Grão-Pará e Maranhão, bem como para o entendimento de seu papel na colonização e manutenção do Império português. Nosso intuito é apontar subsídios que nos permitam ter noção dessas propriedades, como fazendas, engenhos, escravos e outros bens pertencentes à ordem e à sua administração após sequestro e confisco dos bens. Portanto, o que foi confiscado e inventariado em 1760 foi uma parcela de terras que pertencia aos inacianos onde, ao longo de muitos anos, era uma poderosa estrutura econômica voltada para produções de uma diversificada lavoura, além de áreas criatórias, voltadas para a criação de gado vacum, cavalar e outros animais.