RACIONALIDADE TÉCNICA E INSTRUMENTAL: REFLEXÕES SOBRE O SENTIDO DA EDUCAÇÃO

Autores

Palavras-chave:

Educação, Escola, Racionalidade Técnica e Instrumental

Resumo

Este artigo discute a racionalidade técnica na educação contemporânea.   Destaca-se a necessidade de compreender a natureza e os fins da educação, bem como seu sentido na formação e na existência humana, com vistas a romper com a recorrente compreensão fragmentada e superficial dos temas educacionais. O texto analisa como a ênfase nos parâmetros curriculares, avaliações e resultados acadêmicos, muitas vezes, prevalece sobre a reflexão dos conceitos, teorias e práticas no campo da educação. A pressão externa por eficiência, eficácia e produtividade leva a escola a se adaptar às demandas do mercado, perdendo seu sentido e razão de ser. A lógica de produção, marcada pela lógica da instrumentalidade, a qual atinge tanto a educação básica como o ensino superior, toma a educação como mero investimento para o sucesso profissional. A cultura contemporânea, sob a influência da racionalidade técnica, privilegia a imagem e o som, desvaloriza o texto escrito, a leitura e o exercício do pensamento, resultando na submissão do ser humano aos imperativos da eficiência e da lógica instrumental, reduzindo a educação ao saber-fazer. Diante dessas transformações, é fundamental pôr em questão a educação contemporânea em vista da formação em sentido amplo, uma educação para além das necessidades e interesses imediatos do mercado. A presente reflexão, de cunho teórico, foi realizada a partir de um estudo bibliográfico tomando como fundamento o conceito de racionalidade instrumental elaborado por Horkheimer (2002), assim como as contribuições filosóficas sobre o tema desenvolvidas por Chauí (2016) e Coêlho (2008; 2012). 

Biografia do Autor

  • Ana Carolina da Silva Oliveira, Universidade Estadual de Goiás

    Mestranda em Educação pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), com bolsa de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).

  • Simone de Magalhães Vieira Barcelos , Universidade Estadual de Goiás

    Profa. Dra. em Educação, Vice-Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Goiás PPGE-UEG/Inhumas. Professora no curso de Pedagogia da UEG/Inhumas.

  • Camila Grassi Mendes de Faria, Universidade Federal do Paraná

    Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pesquisadora do Observatório do Ensino Médio (UFPR) e da Rede Nacional EM Pesquisa. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais (GEPPE). Realiza Estágio Pós-doutoral no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Referências

COÊLHO, Ildeu Moreira. Qual o sentido da Escola?. In: COÊLHO, Ildeu Moreira (org.). Escritos sobre os sentidos da escola. Campinas, SP: Mercado de letras, 2012. p. 59-86.

COÊLHO, Ildeu Moreira. Cultura e educação escolar: questão a ser pensada, realidade a ser inventada. Conferência de encerramento do XXIV Congresso de Educação do Sudoeste Goiano. Universidade Federal de Goiás. Campus de Jataí – GO. 7 nov. 2008.

CHAUI, M. de S. Ideologia e educação. Educação e Pesquisa, [S. l.], v. 42, n. 1, p. 245-258, 2016. DOI: 10.1590/S1517.

HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. Tradução: Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Centauro, 2002. Título original: Eclipse of Razon.

VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Tradução: Ísis Borges B. da Fonseca. 22. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2015. Título original: Les origines de la pensée grecque.

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Publicado

2025-02-01

Edição

Seção

Tema livre