A escrita autobiográfica de Annie Ernaux: uma análise das memórias em "O acontecimento"
Palabras clave:
Annie Ernaux, Autobiografia, Autoficção, Literatura francesa, MemóriasResumen
Annie Ernaux, primeira autora da França a receber o Prêmio Nobel, descende de uma longa linhagem de escritores franceses que debateram a classificação e a definição da escrita autobiográfica, como Doubrovsky, Lejeune e Colonna. Ela se insere neste tipo de discurso simultaneamente privado e público como uma escritora que não apenas escreve sobre sua vida pessoal, mas aborda questões universais como classe social e gênero. Esta maneira de transformar seu projeto literário em registro histórico é um ato político que Sartre acredita ser o papel do intelectual. Ernaux, porém, não é apenas uma escritora intelectual, mas ao se colocar como responsável e representante de causas sociais, ela também aceita a tarefa da mulher intelectual. Este é o apelo que Spivak deixa ao final da sua obra: o dever da mulher intelectual não deve ser rejeitado, e Ernaux não o faz. Para ela, escrever O acontecimento, sua obra mais polêmica, é dar um propósito ao que viveu e documentá-lo no espaço público que é o livro, para que outras pessoas compartilhem de sua existência através da escrita.
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