Da exulceração dos laços a anfimixia da exclusão: espólios da feminilidade em A mensagem, de Clarice Lispector

Autores

  • Matheus Pereira de Freitas Universidade Federal da Paraíba
  • Hermano De França Rodrigues Universidade Federal da Paraíba
  • Rebeca Monteiro Ayres de Sousa

DOI:

https://doi.org/10.31668/icone.v23i1.13348

Resumo

 Guiando-nos pelos primeiros postulados psicanalíticos, quando Sigmund Freud (1900) atestou as origens nebulosas do sonhar, somos autorizados a afirmar que a primeira sensação experienciada pelo pequeno rebento, ao irromper-se do invólucro materno, é a angústia. Em estudos posteriores, numa cadeia evolutiva, a mãe será o objeto primordial que permitirá a sobrevivência, física e psíquica, do incipiente ser, que, na realidade, ancora-se no corpo da mãe, elegendo-o como sua própria extensão. Entrementes, atravessando as múltiplas simbologias que se agregam ao escopo da sexualidade, em particular, dos augúrios que transbordam a angústia da castração, deparamo-nos com a prosa sibilante de Clarice Lispector (1920-1977), e seu conto A mensagem (1964). Nessa narrativa, imergimos no drama existencial vivido por dois jovens, insuspeitos de suas intimidades e dessemelhanças, que experienciam um encontro horripilante com suas próprias idiossincrasias psíquicas. Dessarte, pelas palavras carnívoras de Lispector, o feminino modular-se-á a partir da simbologia (in)familiar de uma casa angustiada. Portanto, este trabalho, de veios psicanalíticos, propõe analisar, a angústia que entrelaça a diegese auspiciosa dos personagens da trama. Para tanto, utilizar-nos-emos dos postulados psicanalíticos desenvolvidos por Sigmund Freud (1926) e seus descendentes, quais sejam, Melanie Klein (1945) e Wilfred Bion (1897-1979).

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Publicado

05-05-2023

Edição

Seção

Pesquisadores/Pesquisadoras