LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

OS SENTIDOS PRODUZIDOS PELO ENUNCIADOR DE BENVENISTE EM BULAS DE REMÉDIO

Autores

  • Ivana Quintão de Andrade Universidade Federal Fluminense (UFF)
  • Fabio André Cardoso Coelho Universidade Federal Fluminense (UFF)
  • Janine Maria Rocha da Silva Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.31668/revsap.v12i3.14503

Resumo

Este artigo pretende propor um estudo sobre os efeitos de sentido produzidos pelas categorias de pessoa de Benveniste (1989) e a sua aplicabilidade na elaboração de atividades acadêmicas de leitura e produção textual. Para tal, elegemos a Teoria da Enunciação de Benveniste, tirando dela o que poderia ser instalado no nosso escopo de preocupações: as noções de pessoa (Eu e Tu). Ao instaurar a categoria de pessoa, Benveniste define as pessoas do discurso, EU\TU, as quais só ganham plenitude quando assumidas por um falante, aquele que se coloca no discurso, com base numa realidade que lhe é particular – declarando, assim, a subjetividade. Já a terceira pessoa (a não pessoa, Ele), ao contrário, é um signo pleno, uma categoria da língua, que tem referência objetiva e cujo valor independe da enunciação – marcando, nesse caso, a objetividade. A fim de intervir na elaboração de atividades de leitura e produção textual que trabalhem com os efeitos de sentido gerados pelas escolhas linguísticas feitas pelo locutor, utilizaremos como corpus dois textos pertencentes ao gênero discursivo bula de remédio e, para analisá-lo, nos guiamos na categoria de pessoa da Teoria de Benveniste e, como aporte teórico, os pressupostos da Linguística Textual no que eles tangem a alguns critérios de textualidade e argumentação. Além disso, propusemos algumas reflexões que nos fazem acreditar que é possível vislumbrar um leitor e um produtor de textos conectado com uma concepção pragmático-cognitiva da textualidade.

Publicado

2023-10-17