A SANTÍSSIMA VIRGEM DO QUARTO DE JOANA

Autores

  • Maria Carmelita Fleury Curado Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis para os Povos do Cerrado (ICEBE)

Resumo

A tela de Maria Carmelita Fleury Curado, em dimensões médias, em óleo sobre tela de linhagem, fabricação da autora, revela a pungente cena do conto A Santíssima Virgem do quarto de Joana, do livro Ermos e gerais, publicado em 1944 pela Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos. Identifica a cena em que o marido, o coveiro sinistro, come um pedaço da perna do próprio filho, em ritual de canibalismo, a provar a loucura a que a personagem fora induzida pelo coronel Rufo, para livrar o filho da condenação por defloramento; fato comum entre as moças pobres nas fazendas e como criadas de cozinha das casas de famílias tradicionais da época. A pintura mostra a delicadeza da Virgem e suas energias e o desespero da Joana ao deparar com o filho devorado na perna e o fim irônico para a própria história, a evidenciar a preocupação de Bernardo Élis em colocar como centro de narrativa aqueles que, no passado, não eram lembrados, como os pobres, órfãos, empregados e pessoas comuns, com seus dramas, injustiças e misérias.

Professor Dr. Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado

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Publicado

2021-11-26

Edição

Seção

O encontro entre cores e narrativas: Bernardo Élis por Maria Carmelita F. Curado