CONSIDERAÇÕES PARA AFIRMAÇÃO DA NEGRITUDE: A CONSTRUÇÃO DO NÃO-LUGAR

Autores

  • Miguel Lacerda Neto UFRJ
  • Bruno Alves de França UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.32411/revistanos-2448-1793-v4n2-9512

Palavras-chave:

Negritude, Racismo, Branquitude, Necropolítica, Colorismo

Resumo

O ensaio aborda a construção do não-lugar da negra/do negro de pele clara como resultado da política de embranquecimento, efeito do processo histórico, cultural e econômico que se deu na formação de práticas e discursos datados desde o contexto escravocrata brasileiro. Compreende-se o não-lugar como a problemática que o negro brasileiro enfrenta de se reconhecer e se apropriar de sua cultura, em particular aquela experienciada pelos de peles claras. A produção do não-lugar da negra/do negro no Brasil atende às lógicas de controle e de extermínio dessa população por parte do Estado, bem como às da estrutura social racista que quando não atribui ao negro o lugar de subalternidade, o condena à invisibilidade. Lógicas que o afastam do processo de construção de referenciais singulares e coletivos da negritude, similares à desapropriação do território africano provocada pela diáspora. Com base em proposições teóricas decoloniais, do colorismo e da ideia de necropolítica, buscou-se evidenciar os processos perversos que se originam da branquitude autocentrada, entendida como conjunto de enunciados, práticas e coisas que legitimam a hegemonia do branco, despossuindo negros e negras brasileiros de seu direito de existência.

Downloads

Publicado

2019-09-20