RACISMO EPISTÊMICO, TENSIONAMENTOS E DESAFIOS À UNIVERSIDADE
DOI:
https://doi.org/10.32411/revistanos-2448-1793-v4n2-8435Palavras-chave:
Decolonização do conhecimento, Formação, Cotas raciaisResumo
O diálogo estabelecido neste estudo discute os processos de continuidade da colonização na esfera epistemológica, com um olhar mais aprofundado para as Universidades e as epistemologias produzidas e reproduzidas nessas instituições, vinculando essa realidade à formação de indivíduos de grupos sociais historicamente marginalizados (negras/os, indígenas, oriundas/os de bairros periféricos, pequenas cidades do interior) que atualmente estão acessando as Universidades a partir das ações afirmativas. A nova realidade destas Instituições evidencia a obrigatoriedade de estratégias de formação que atendam as necessidades de transformação, que altere suas ações de maneira a acolher e afiliar essas/es novas/os estudantes. Utilizando a Etnometodologia Implicada(MACEDO, 2012), adotando uma defesa epistemológica que assume um discurso emancipador, que toma a implicação como um modo de criação de saberes, o estudo se faz a partir do diálogo com as narrativas de estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Instituição fruto da política pública do REUNI, e busca compreender como/se as/os estudantes dos cursos de licenciatura da área de humanidades da UFRB, que acessaram a Universidade a partir da política de cotas raciais, percebem o racismo epistêmico nas suas formações. Apresentando abordagens de caminhos epistemológicos que visam contribuir para a construção de processos formativos emancipatórios, a partir das teorias decoloniais, denuncia a ausência, apagamento e menosprezo da produção intelectual de negras/os nos cursos de graduação, ao tempo que traz a cena a produções de intelectuais negras/os. Demonstrando, a partir das narrativas das/os estudantes, que a formação disciplinar instituída nos cursos de graduação em grande medida, silenciam e produzem ausências de debates críticos a respeito das continuidades do processo colonizatório na esfera epistemológica, além da reprodução de práticas formativas colonizadoras. Apresenta como resultado que essas/es estudantes através de sua capacidade de agência, estabelecem estratégias formativas emancipatórias, através da criação de mecanismos de insubordinação aos diversos fatores de opressão que as/os sujeitam.
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