UMA RADIOGRAFIA DO PREVENTÓRIO AFRÂNIO DE AZEVEDO: ESPAÇO DE INTERNAÇÃO E DOCILIZAÇÃO DOS CORPOS
Palavras-chave:
Radiografia, Preventório, Internação, Docilização dos corposResumo
O presente artigo tem como precípua preocupação a reflexão sobre como o preventório Afrânio de Azevedo, pode ser um ambiente de internação de filhos sadios de hansenianos e simultaneamente, um espaço de produção de corpos dóceis. A problemática desta investigação tem como premissa saber: como ocorre este processo de docilização dos corpos nesta instituição? A metodologia usada nesse trabalho se baseou em escavar e pinçar documentos oficiais e não oficias, bem como bibliográficas que tratam do preventório Afrânio de Azevedo no período de 1943 a 1986. A massa documental encontrada nesse estudo, apontam na direção que o preventório Afrânio de Azevedo foi criado sob a égide de uma política higienista, pautada no tripé: leprosário, dispensário e preventório. O arcabouço teórico adotado foram as abordagens de Michel Foucault, o que conduziu a um exercício intelectual de explanação dos conceitos contidos no ciclo de construção de saber e poder, expostos em suas obras. Os resultados obtidos nesse trabalho, demonstram que uma instituição de internação de crianças sadias filhas de hansenianos, em Goiânia no período de 1943 a 1986, conhecida como preventório Afrânio de Azevedo, exerceu o papel de escola, orfanato, mas, sobretudo, se constituiu em um ambiente profilático de isolamento, a partir de protocolos higienistas, com vistas ao controle e amoldamento destes indivíduos.
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