O AMOR SOB CONTROLE: O CASAMENTO E O RELACIONAMENTO AFETIVO ENTRE PACIENTES DE LEPRA DURANTE O ISOLAMENTO COMPULSÓRIO EM SÃO PAULO

Resumo

Esse artigo analisa mecanismos de segregação e discriminação utilizados pela política profilática que controlavam e normatizavam o relacionamento afetivo dos pacientes de hanseníase durante o período do isolamento compulsório. Temas como: esterilização, anulação de casamento, divórcio, controle da prole eram amplamente debatidos por médicos, juristas e políticos, enquanto que outros como: múltiplos parceiros, homossexualismo e prostituição eram geralmente tratados de forma eufemística como “atos atentatórios à moral” ou “maus costumes”. A análise da documentação consultada possibilitou identificar diferentes posturas, dentre elas as que legitimaram ações que culminaram na retirada de direitos dos internos, normatizando esferas da vida privada como formas de casamento e vivência de afetos.