Camadas Populares: a leitura e o material impresso no Renascimento
Resumo
Resumo: Este artigo possui como propósito observar a relação estabelecida entre as camadas populares e a prática da leitura dentro do período renascentista. Gradativamente, a partir do século XVI, os livros foram adentrando no universo de vivência e convivência dos sujeitos, fazendo parte de um círculo de relações que se deslocava de um domínio individual, se aproximando de um viés coletivo. Mesmo nos espaços longínquos dos grandes centros urbanos, quando as condições não eram tão favoráveis à circulação do impresso, havia a existência de livros compartilhados pelos camponeses, leitura muitas vezes realizada em voz alta, a partir do envolvimento de uma conjuntura majoritária de sujeitos. Porém, nesse contexto, ocorre uma importante transformação sociocultural, representada pelo ato subjetivo de se ler em silêncio, o que possibilitou melhores condições para o ludibriar dos poderes. Assim, o artigo procura compreender e defender que essa relação entre impresso e oralidade possibilitou a desestabilização estrutural das camadas dirigentes dentro do Renascimento, a saber, representada pelo poder da Igreja Católica. Para esse intento, a pesquisa se vale dos trabalhos de Roger Chartier (2011), Ginzburg (2006), Hilário Franco Junior (1996), Edward Thompson (2008), Peter Burke (2010) e outros(as).
Palavras-chave: Renascimento. Livros. Camponeses.
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