As representações discursivas do corpo infantil na contemporaneidade: da arbitrariedade violenta ao protagonismo afetivo
DOI:
https://doi.org/10.31668/icone.v23i2.14477Resumo
Esta pesquisa objetiva analisar como funcionam os saberes e os poderes na contemporaneidade sobre a infância. Para isso, em meio à dispersão de enunciados que atravessam a invenção da infância, organizaremos uma unidade a partir da regularidade discursiva sobre como podem e devem ser, hoje, as práticas subjetivas das crianças. Uma cartografia monumental sobre o recorte temático infância propiciará, nesta investigação, a percepção das condições de possibilidade do corpo infantil, que é decifrado pelo esquadrinhamento de sua fisiognominia pueril. A fundamentação teórico-metodológica desta investigação é baseada na Análise do Discurso de linha francesa, especialmente na metodologia arqueogenealógica foucaultiana. Como resultados, analisamos como o corpo da criança é adestrado, utilizado e docilizado pelas representações institucionais, por exemplo, da família e da escolar, que fomentam, orientam e distribuem vontades de verdade sobre a mecânica do poder pelo saber no corpo infantil. Como resultados parciais, constatamos analiticamente que a ordem da História permeia a irrupção das práticas de ensino e de aprendizagem por meio das instituições escola e família, transitando descontinuamente de uma arbitrariedade promovida pelas violências física e verbal como ética dos responsáveis pela criança a uma tônica no protagonismo infantil com o silenciamento das violências física e verbal. Portanto, as representações moventes sobre a infância podem tornar mutáveis as relações afetivas entre responsáveis pelas crianças e crianças devido às condições de enunciabilidade que clivam discursivamente as práticas de subjetivação por meio de saberes como o saber científico categorizado como neurocompatibilidade.
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