ESTÉTICA DA REDENÇÃO

A ENERGIA SOLAR NO FILME ABRIGO NUCLEAR (1981)

Autores

Resumo

O artigo analisa a forma como a energia solar emerge no filme Abrigo Nuclear (1981) de Roberto Pires, à luz das ansiedades e dos movimentos de contestação política e ambiental da época em que foi lançado. O filme conta a saga de um grupo de revolucionários que desenvolvem, secretamente, uma alternativa energética solar, em um planeta devastado pela energia nuclear, cuja população humana vive no subsolo sob um regime político despótico. O filme é analisado por meio de metodologia ecocrítica em conjunto com aspectos teóricos dos estudos de ficção científica na história ambiental, lançando mão do contexto histórico do período em que foi lançado. A energia solar emerge como solução redentora da humanidade no filme Abrigo Nuclear, em contraposição a uma tecnologia vista como ameaça existencial. Por um lado, a estória exibe, um imaginário apocalítico fruto das ansiedades frente aos debates sobre a energia nuclear e a política adotada pelo Regime Militar em apoio ao desenvolvimento dessa matriz energética. Por outro lado, sugere a possibilidade de um futuro utópico com o desenvolvimento de energias renováveis e ideias ligadas à sustentabilidade ambiental, ambivalência que se fazia presente nas narrativas do movimento ambientalista da época.

Biografia do Autor

  • André Vasques Vital, Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGELICA)

    André Vasques Vital é Doutor em História das Ciências e da Saúde, pelo Programa de História das Ciências e da Saúde (PPGHCS), da Fundação Oswaldo Cruz (2016), Mestre em História das Ciências e da Saúde na mesma instituição (2011) e graduado em História (2008). Atualmente é professor titular na Universidade Evangélica de Goiás, desenvolvendo trabalhos de pesquisa e docência no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente (PPGSTMA). É pesquisador-líder do grupo de pesquisa CNPq "História e Afetos em Tempos Não-Humanos", é membro do Laboratório de História Ambiental do Cerrado (LAHAC) da Universidade Evangélica de Goiás e do Centro de Estudos dos Animais (CEA) da Universidade Federal de Minas Gerais. Também é co-editor das coletâneas "More-Than-Human Histories of Latin America and the Caribbean: Decentring the Human in Environmental History" (University of London Press - Forthcoming 2024), "Tropical Imaginaries and Climate Change", edição especial da eTropic Journal (James Cook University Research Centre, 2021) e "Água no Brasil: Conflitos, Atores e Práticas" (Alameda, 2019). Possui autoria única ou principal em diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais que abordam tanto a história, a estética, como a natureza da agência das águas, dos fenômenos atmosféricos e dos animais aquáticos. Seus principais trabalhos perpassam a História das Ciências, a Ecocrítica, a História Ambiental, o Pós-Humanismo, a Filosofia das Águas, os Estudos Culturais e Comunicação Visual.

  • Vilma Peixoto Neves, Fundação Oswaldo Cruz

    Vilma Peixoto Neves é licenciada em Pedagogia e Administração Escolar em 1993 pela Faculdade de Filosofia do Vale do São Patrício - FAFISP, com pós-graduação em Supervisão Educacional, 1994, e Planejamento Educacional, 1995, ambas, pela Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO. Atua na Coordenação Regional de Educação de Itapaci como Assessora Financeira e é mestranda em Ciências Ambientais no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente (PPGSTMA), da Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGELICA).

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Publicado

2024-09-16

Edição

Seção

Linguagem e saúde mental