DETERMINAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DO PEPTÍDEO ANTIMICROBIANO CLAVANIN A EM MEIO MIMÉTICO, UTILIZANDO A TÉCNICA DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR

Autores

  • Eliane S. F. Alves
  • Carolina O. Matos
  • Octávio L. Franco
  • Luciano M. Lião

Palavras-chave:

peptídeo, antimicrobiano, interação.

Resumo

Ressonância magnética nuclear (RMN), é uma técnica bastante utilizada para estudar as interações ligante-alvo de moléculas biologicamente ativas1. As clavaninas são peptídeos encontrados nas células do sangue do tunicado Styelaclava2. Este peptídeo apresenta um amplo espectro de atividades contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, além de vários fungos2,3. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo observar as interações moleculares do peptídeo clavanin A (sequência: VFQFLGKIIHHVGNFVHGFSHVF-NH3), em diferentes meios. Para isto foram realizados experimentos de 1H com 1 mM do peptídeo, 90% de H2O e 10% D2O, TMSP-d4, pH 4.3 e 25°C. Prepararam-se uma mostra utilizando SDS-d25, que mimetiza membrana bacteriana, e outra com 35% de TFE-d3 (co-solvente). As intensidades dos sinais de prótons aromáticos podem sugerir a exposição do peptídeo na fase aquosa4. Em solução os prótons aromáticos deste peptídeo apareceram na região entre 7,10 e 7,44 ppm. Os dados mostraram a atenuação dos sinais das cadeias laterais das fenilalaninas, nas posições 2, 4, 15, 19 e 23 dos Hδ e Hε, na presença de solução de TFE-d3, comparados aos respectivos prótons quando em micelas de SDS-d25. Tomados em conjunto o comportamento dos deslocamentos químicos junto com os dados de coeficiente de difusão ordenada, sugere-se uma interação hidrofóbica entre o peptídeo antimicrobiano e o meio mimético de SDS, de forma que seus anéis aromáticos de fenilalaninas penetrem ou estejam parcialmente localizados no interior da micela ou em sua direção. Portanto, a técnica de RMN forneceu informações a respeito das interações do peptídeo, possibilitando descrever os resíduos importantes nas interações moleculares com o alvo biológico, conhecimentos essenciais no desenvolvimento de novos fármacos. Agradecemos ao apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico.

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Publicado

2015-06-08

Edição

Seção

Biologia Celular e Molecular, Bioquímica e Genética