AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA DA α- CICLODEXTRINA.

Resumo

Introdução e objetivo: Na área farmacêutica, as ciclodextrinas apresentam diversas aplicações, tais como, o mascaramento de sabores e odores desagradáveis de princípios ativos e, o aumento da estabilidade, biodisponibilidade e solubilidade de fármacos.1 Esses compostos possuem em sua estrutura grupos hidroxilas orientados para o exterior, ou seja, o exterior hidrofílico e uma cavidade interna hidrofóbica, que permite às ciclodextrinas complexarem moléculas hidrofóbicas com dimensões compatíveis. 1,2 Existem diversos tipos de ciclodextrinas, sendo que mais utilizadas são as naturais α-, β- e γ-ciclodextrinas3. O uso desses agentes complexantes na remediação de efluentes seria bastante interessante, por se tratarem de substâncias quimicamente estáveis e de custo acessível e por terem a capacidade de remoção seletiva em misturas complexas.4 Considerando a aplicação das ciclodextrinas como remediadores de contaminantes aquáticos, o objetivo desse trabalho foi avaliar a toxicidade aguda da α-ciclodextrina sobre microcrustáceo Artemia salina. Metodologia: O teste de toxicidade aguda com Artemia salina foi executado de acordo com a OECD 202 (2004)5, com algumas modificações. Após a eclosão dos ovos em água salina a 3,5%, os náuplios de A. salina foram expostos a 5 concentrações da α-ciclodextrina (0,1; 1; 10; 100; 1000 mg/L) e aos controles. Os valores de concentração letal média (CL50) foram determinados após 24 e 48 horas de exposição e o efeito observado foi a imobilidade dos organismos. Resultados e discussão: A α-ciclodextrina apresentou CL50-24 h e CL50-48 h maiores que 1000 mg/L para A. salina, sendo classificada como relativamente não tóxica (CL50 > 100 mg/L)6. Conclusão: Portanto, essa ciclodextrina apresenta propriedades promissoras para ser utilizada nos processos de remediação de contaminantes ambientais.Agradecimentos: LFTC, CNPq, FUNAPE.