Potencial de contaminação do rejeito de mineração oriundo do rompimento da barragem de fundão, Mariana, MG

Resumo

Este estudo objetiva avaliar a capacidade de retenção e armazenamento de água no rejeito, analisar o potencial de drenagem em diferentes condições e investigar a viabilidade de remediação por meio da mistura do rejeito com o solo, promovendo alternativas sustentáveis para o manejo desse material. Para isso foram coletadas amostras de rejeito em Barra Longa - MG (20°16’33” S, 43°02’30” O), e os experimentos conduzidos na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Para as análises, utilizaram-se 12 amostras indeformadas e rejeitos destorroados peneirados em malha de 2,0 mm. Ensaios de lixiviação foram realizados em colunas de PVC, com substratos de rejeito puro e misturado ao solo em diferentes proporções, e volumes variados de água. A análise química dos lixiviados incluiu os elementos ferro, manganês, cobre, cromo, níquel e alumínio, determinados por Espectroscopia de Emissão Atômica (ICP-OES). A condutividade hidráulica saturada foi calculada pelo método de carga constante, e as curvas de retenção foram obtidas em mesa de tensão e câmaras de Richards. Os resultados indicaram que a mistura de rejeito com solo aumenta a retenção de íons metálicos, especialmente ferro, e reduz a lixiviação de elementos potencialmente contaminantes, como alumínio e cromo. Além disso, a mistura favorece a adsorção de cobre, ferro e níquel, enquanto aumenta a concentração de manganês no lixiviado. Esses achados destacam a viabilidade do uso do solo como estratégia para mitigação dos impactos ambientais causados pelos rejeitos.