ESTADO NEOLIBERAL BRASILEIRO EM 2019

A SITUAÇÃO DO BOLSA FAMÍLIA E O PACOTE ANTICRIME

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31668/atatot.v3i2.12415

Palavras-chave:

Neoliberalismo, Estado, políticas

Resumo

O presente artigo faz a análise de duas políticas, de modo a identificar se o Estado brasileiro pode ser caracterizado como um Estado Centauro no sentido proposto por Loïc Wacquant: humano, conciliador e libertador para as classes dominantes (com restrita atuação no domínio econômico, direcionada a incentivos fiscais), e por outro lado, cavalo - penalizador e restritivo para as classes mais baixas (atuante para gerar desproteção dos trabalhadores e na persecução e controle penais). Selecionaram-se políticas direcionadas às populações mais pobres, fundamentalmente uma política social, o Programa Bolsa Família, e uma política de encarceramento, o Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019). A metodologia adotada foi o enfoque jurídico-institucional para que o estudo considere seus aspectos institucionais, políticos e sociais, mas sem descuidar de sua conformação jurídica. No que se refere ao Bolsa Família, a reorganização ministerial desde o Governo Temer fez com que a assistência social tivesse importância diminuída, para além de cortes orçamentários. Por fim, a análise do Pacote Anticrime conduziu à conclusão de que haverá aumento do encarceramento devido ao aumento de penas, redução de recursos no processo penal e às alterações sobre prisão preventiva e prescrição penal. Apesar da política criminal não poder ser considerada uma política social em sentido estrito, conclui-se que no discurso e na prática política dos arquitetos do Estado neoliberal, o agigantamento do aparato punitivo é apresentado como a resposta a problemas públicos que mereceriam a institucionalização de políticas sociais articuladas.

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Publicado

18-10-2022

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

ESTADO NEOLIBERAL BRASILEIRO EM 2019: A SITUAÇÃO DO BOLSA FAMÍLIA E O PACOTE ANTICRIME. Atâtôt - Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos da UEG, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 74–101, 2022. DOI: 10.31668/atatot.v3i2.12415. Disponível em: //www.revista.ueg.br/index.php/atatot/article/view/12415.. Acesso em: 18 set. 2024.