Literatura: insurgentes usos menores
Resumo
Através de modelos, o pensamento ocidental, de matriz europeia, imputou à língua, à literatura-arte, à cultura, à sociedade, narrativas oficiais de esquema arborescente e feição debitarista. Nesse quadro, toda e qualquer manifestação cultural não europeia seria afiliada desta e, portanto, não possuiria a capacidade de imprimir usos criativos que não fossem uma cópia. Mais grave ainda: fora da Europa não haveria uma cultura válida. No transcurso do tempo, e através do Estado, essa visão oprimiu culturas e justificou guerras. Em face ao que foi mencionado, diversos estudos foram e têm sido constituídos. Para o corrente texto, como elemento crítico-metodológico-insurgente, aciono o rizoma e a ideia de língua menor, no intuito de empreender uma concisa e intencional leitura de Finisterra, romance de Carlos de Oliveira (1982), e de um poema, sem título, de Douglas Diegues. Por meio dessas leituras, proponho micropontuações sobre o trabalho com e pelo literário, que se dá por zonas de confronto e aproximação e não puramente historiográficas, quando a historiografia significar cronologia sem contexto e sem memória. Entenda-se trabalho literário como o de quem escreve, leciona, lê, se interessa por literatura, pelo que há de potência em sua ecologia da linguagem, da política e do estético.
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