“Salvemos os nossos índios”: uma catequese dominicana no Araguaia (1922-1933)
"Let’s save our Indians": a Dominican catechism in Araguaia (1922-1933)
Resumo
Resumo: Este artigo analisa a prática discursiva dos padres dominicanos após a criação da sua catequese de Conceição do Araguaia, tendo como fonte a Revista Cayapós e Carajás (RCC), editada entre 1922 e 1933. Parte-se da enunciação “salvemos os nossos índios”, uma representação missionária dos indígenas como “selvagens”, passivos de uma ação civilizatória e, portanto, pacificadora. Com o intento de “salvar a alma” dos indígenas, os dominicanos, repetidamente, proclamavam-se arautos da “fé” e da “salvação”, narrativa elaborada durante o contexto histórico em que ocorreram as relações interétnicas. Os enunciados da ação evangelizadora missionária, presentes na revista, seguiram nomeando, classificando, rotulando e “inventando” o outro como “selvícolas”, “bravos” ou “amansados”. Assim, cabiam no projeto civilizatório da Igreja e de seus aliados que era “educar”, evangelizar, “pacificar” os indígenas, tidos como “almas pagãs” vivendo “nas trevas da morte” em “um deserto das “almas”. Auxiliam no exame da prática discursiva religiosa as formulações teóricas de Bakhtin (2006) e Orlandi (1990), mediante as representações de incorporação ou de negação do outro pela atribuição de “signos ideológicos” próprios de uma dada esfera cultural.
Palavras-chave: Revista Cayapós e Carajás. Catequese Dominicana. Araguaia Paraense. Pacificação.
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