Pesquisas sobre um Modo de Produção africano
Resumo
Resumo: Tradução de artigo[1] escrito por Catherine Coquery-Vidrovitch (professora emérita da Universidade Paris Diderot, especialista em história da África) e publicado originalmente na Revista La Pensée em abril de 1969 (n. 144). No texto, a autora busca compreender a singularidade histórica de algumas sociedades pré-capitalistas da África negra pela proposição de um modo de produção distinto daqueles já conhecidos pela tradição marxista. Verifica-se, inclusive, um esforço de diferenciação entre o chamado “modo de produção africano” e o modo de produção asiático, o qual já havia sido alinhavado por Marx e melhor estudado pela antropologia marxista francesa. No entanto, conforme argumenta a historiadora francesa, reduzir as experiências de reinos como o do Kongo e o do Daomé, por exemplo, há uma variação do mesmo tipo de sociedade presente na antiga Mesopotâmia, no Egito e na China – conforme o procedimento da antropologia marxista dos anos 1960, capitaneada por Maurice Godelier – implica não só distorcer o próprio conceito de modo de produção asiático, mas também ignorar as particularidades apresentadas pelo desenvolvimento de certos povos africanos[2].
[1] Tradução feita por Pablo Biondi, doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), docente da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC). Agradecemos à própria autora pela autorização de publicação deste conteúdo.
[2] Cumpre ponderar que, em diversas ocasiões, o artigo faz referência a termos que nem sempre são capazes de expressar fielmente as experiências organizativas africanas (Estado, império, aldeia etc.). A tradução desses termos observa os padrões da língua francesa, mas há que se ter em conta que eles estão inevitavelmente vinculados a padrões culturais ocidentais que, a rigor, seriam aplicáveis apenas por aproximação a outras realidades. De qualquer maneira, o texto traz uma abordagem concreta notável e original sobre alguns povos da África negra segundo o método do materialismo histórico-dialético, colocando-se como uma referência para as pesquisas da área que se orientam por essa perspectiva.
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