Cais do Valongo: epodé-mito e o lugar do negro na terapia hipocrática do Rio de Janeiro (Brasil, 1811-1831)
Resumo
Resumo: Este trabalho sistematiza elementos da filosofia médica hipocrática que convergem para a política de ordenamento do espaço urbano do Rio de Janeiro no começo do século XIX. O hipocratismo constituiu um modelo de intervenção social que se materializa com a criação do Cais do Valongo. À luz do seu potencial etnológico, sugere-se que o cais pode ser considerado uma obra de arquitetura étnica com desdobramento no tempo e na distribuição espaço-racial do negro no imaginário brasileiro. Trata-se de uma revisão de portas de entrada do escravo, do ponto de vista administrativo, mas também de mais um mito de fundação do espaço do negro, adiantado, na obra racial brasileira, apoiado na terapia hipocrática. O estudo do cais excede a questão histórica e assume traço de relevância para os interessados nos direitos fundamentais da pessoa e de sua distribuição no espaço público.
Palavras-chave: Hipocratismo. “Epodé-mito”. Cais do Valongo. Racialização.
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