O Sertão do Contestado: uma análise de história conceitual
Resumo
Resumo: O presente artigo propõe uma discussão acerca do conceito de “sertão”, com especificidade em sua noção no contexto do Contestado (1912-1916), com ênfase nas obras de Alcebíades Miranda (2012), Demerval Peixoto (1995), Aujor Ávila Luz (1999), Maurício Vinhas de Queiroz (1977) e Paulo Pinheiro Machado (2004). Para tal, desenvolver-se-á uma abordagem genérica da categoria “sertão”, sua constituição etimológica, problematizando sua idealização nos primórdios da historiografia brasileira, categoria esta figurada nos pensamentos de Varnhagen, Capistrano de Abreu e Sergio Buarque de Holanda. Também serão pontuados aspectos teóricos da “história conceitual”, campo de estudo que concebe o significado de termos e palavras em constante mudança, carregada de significância histórica e cultural. Em seguida, abordar-se-á a importância do debate historiográfico nos estudos históricos, enfatizando o caráter auto reflexivo da história, o qual contribui para a superação crítica de determinadas visões de mundo, demonstrando que certos modelos podem não ser os melhores em termos analíticos. Em suma, o texto apresenta uma possível linearidade do pensamento intelectual de importantes estudiosos do movimento sertanejo do Contestado, nos quais o “sertão” configura desde um local distante, desabitado, inculto, até um lugar praticado, não isolado, de intensas e conflituosas relações sociais e culturais.
Palavras-chave: Sertão. História conceitual. Historiografia. Contestado.
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