O bem morrer e as últimas vontades: as representações da morte, os ritos fúnebres e as práticas piedosas a partir da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês de Mariana (Minas Gerais, Brasil, séculos XVIII e XIX)
Resumo
Resumo: Desde suas origens medievais as irmandades religiosas possuíram como principal função a assistência aos membros, com o auxílio mútuo frente às precárias condições de vida, às doenças e aos momentos finais na hora da morte. A constituição de uma “economia da salvação” e um imaginário em torno do bem morrer fizeram, portanto, parte de seu cotidiano em toda a Idade Moderna, da Europa aos territórios no Ultramar. A partir disso, optamos pela escolha de uma associação específica, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês localizada na cidade de Mariana, em Minas Gerais, entre os séculos XVIII e XIX, que convergia os interesses da libertação dos cativos e da salvação das almas no histórico de sua devoção. Ao longo de nossas pesquisas recorremos às suas principais fontes documentais, como os Livros de Compromisso, mas também utilizamos os registros testamentários dos membros, tão ilustrativos ao expressarem suas últimas vontades. Nesse sentido, a partir de uma perspectiva cultural, o presente artigo privilegia a compreensão das práticas, representações e apropriações dos fiéis agremiados em meio à vivência confrarial, também contribuindo para os estudos que unem a temática da morte e da doutrina do purgatório à pesquisa das irmandades.
Palavras-chave: Devoção Mercedária. Irmandades Religiosas. Economia da Salvação.
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