Os “ditos excomungados” sob a pena dos confessores no Libro de las Confessiones de Martín Pérez (Século XIV)
Resumo
Resumo: Com o intuito de corrigir a prática do ofício sacramental durante o século XIV, documentos permeados por reflexões penitenciais e prescrições de coimas, voltados à ordenação de confessores e confessos, passaram a ser produzidos no reino de Castela em língua vulgar. Esses documentos buscavam instruir os clérigos confessores, vistos como “minguados de ciência”, substituindo em parte os escritos em latim. O Libro de las Confessiones, escrito por volta de 1316 por Martín Pérez, aponta a importância de excluir dos ritos religiosos – e também da própria comunidade – aqueles que apresentavam débitos a serem pagos perante os que legislavam sobre o foro interno da sociedade. Tal tratado confessional assume, então, um importante papel, ao prescrever para determinados desvios a insulação do confesso de sua comunidade religiosa, criando um espaço próprio para aqueles que cumprem suas penas em afastamento. Propomo-nos, neste artigo[1], observar de que modo as penas à excomunhão, recomendadas por Pérez, delinearam esse papel ao penitente e quais foram as funções atribuídas a ele no século XIV.
Palavra-chave: Confissão. Martín Pérez. Excomunhão. Sacramentos.
[1] Este trabalho é resultado de pesquisa desenvolvida no âmbito do Projeto Temático “Escritos sobre os Novos Mundos: uma história da construção de valores morais em língua portuguesa”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A mesma agência financiou, na iniciação científica, a pesquisa da qual o presente artigo se origina. Parte desse artigo foi apresentada no congresso internacional XI Encontro de História Medieval A escrita da história dos dois lados do Atlântico Encontro Luso-brasileiro. Raízes Medievais do Brasil Moderno, em maio de 2016.
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