Narrando com cabras: a importância dos ancestrais no cotidiano em KwaZulu-Natal (África do Sul)
Resumo
Resumo: Pretendo, a partir da experiência de campo de três meses com mulheres falantes de isiZulu e moradoras da zona rural de KwaZulu-Natal, na África do Sul, refletir acerca do regime do apartheid através das estórias que essas mulheres me contaram ao longo do período em que estive em suas casas. A intenção é trazer as narrativas sobre ancestralidade como um dos principais pontos afetados pela política segregacionista naquele país. Tais narrativas aqui terão como ponto de partida as cabras, único animal que se acredita serem capazes de se comunicarem com os ancestrais. Diante das restrições legais instituídas aos não-brancos por tal governo, muitas pendências rituais não puderam ser feitas, estas eram destinadas às pessoas que morreram longe de suas casas. Na temporalidade da ancestralidade, no entanto, o que ficou, retorna ao presente em formas de desavenças pelas quais as pessoas estão passando. Dessa forma, os vivos retornam constantemente ao passado e agem como se fossem agentes do tempo, completando o que passa a ser visto como fraturado por uma ausência[1].
Palavras-chave: África do Sul. Apartheid. Cabras. Ancestrais. Terra.
[1] Uma versão anterior, intitulada “De cabras, ancestrais e telefones celulares”, foi apresentado na 29a Reunião Brasileira de Antropologia, em 2014.
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