A armadilha do tempo na história
The trap of time in history
Resumo
Este artigo começa por defender que a história é um esforço contínuo de fazer avançar o conhecimento presente através de perguntas ao passado para depois colocar em perspectiva a função do tempo. São utilizadas perspectivas comparadas com alguns filmes de ficção científica não tanto para estabelecer inexistentes pontos de contacto com a realidade, mas apenas como recurso narrativo para reposicionar a história na sua centralidade: o conhecimento histórico é importante não porque o passado pode ser mudado, ou porque se repete, mas pela importância determinante que pode ter para interpretar o presente. Os historiadores sabem que a história não se repete, mas podem olhar para filmes como o Interstellar como desafios para renovar o seu ofício de reinterpretação do conhecimento histórico sabendo que o passado em si continuará a ser o que foi: uma descoberta sem tempo concreto. Não se pode mudar a ascensão do nazismo nem se pode evitar a derrocada da União Soviética e a transformação das dinâmicas do mundo contemporâneo, mas podemos, e devemos, questionar o tempo em que as coisas aconteceram e, acima de tudo, como aconteceram. É esse o objectivo deste artigo, sugerir que a imobilização do que aconteceu no seu tempo concreto representa um desafio para a sua revisitação e reinterpretação e assim fazer avançar o conhecimento histórico presente.
Palavras-chave: História. Ficção Científica. Tempo. Nazismo. União Soviética.

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